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Movimentos sociais querem mudar a OMC com diálogo e pressão

Para painelistas, órgão precisa respeitar necessidades dos países pobres

Os movimentos sociais não querem mais brigar com a Organização Mundial do Comércio (OMC), mas transformá-la por meio do diálogo e da pressão. Em um painel sobre a OMC realizado no primeiro dia de debates do 4º Fórum Social Mundial, em Mumbai, os participantes disseram que o organismo, tão criticado por ativistas sociais, poderia ajudar na construção de um comércio internacional mais justo se concordasse em mudar o seu princípio fundamental – o livre comércio entre as nações. É preciso, segundo eles, que a OMC passe a respeitar a necessidade dos países pobres de promover o próprio desenvolvimento.

– As regras da OMC em relação a subsídios, propriedade intelectual, investimento e compra governamental impedem o desenvolvimento nacional – disse o sindicalista Rafael Freitas Neto, que representou a CUT no painel.

A proposta de uma mudança na OMC para que passe a considerar os interesses da maioria, e não apenas os dos países ricos, vem ganhando adeptos dentro de governos da propria União Européia que, como EUA e Japão, impõe inúmeras barreiras no comércio com os países em desenvolvimento.

Em artigo escrito especialmente para uma publicação do 4º Fórum Econômico Mundial, o ministro do Exterior da Finlândia, Erkki Tuomioja, defendeu a redefinição do sistema econômico global e apoiou o fim dos subsídios agrícolas para dar aos países pobres uma chance de vender seus produtos nos mercados ricos.

A estratégia do diálogo e a pressão com governos e organismos internacionais também foi defendida em uma conferência sobre globalização e governança realizada neste sábado, dia 17. Os palestrantes pediram uma maior ação da sociedade civil sobre os governos para que mudem de política econômica.

O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, Juan Somavia, observou que o desemprego na América Latina cresceu em 50% desde 1980 e mais da metade da população das grandes cidades nos países em desenvolvimento vive do trabalho informal. Na Índia, 92% dos trabalhadores estão na informalidade.

Para os painelistas, entre eles a ex-presidente da Irlanda Mari Robinson, a informalidade, a pobreza, e o trabalho infantil só serão combatidos com alternativas a política neoliberal. Não se trata, na opinião deles, de um retorno à economia do passado, mas a estratégia de deixar as forças de mercado atuarem livremente não está resultando numa melhoria de vida para todos.

Rafael Freitas Neto observou que o Fórum não tem a função de tomar decisões, mas os debates terão grande influência sobre as ações futuras do movimento social.

– Na rede dos movimentos sociais, eu acredito que poderemos tirar propostas concretas em dois níveis: bloquear as negociações dentro da OMC e apresentar aos nosos governos pontos alternativos de comércio internacional – comentou.

As informações são da Agência Brasil.

 
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