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Empresários pedem a governo câmbio que favoreça exportações

Taxa ideal ara exportadores estaria entre R$ 3 e R$ 3,05

O grupo de empresários que se reuniu nesta quinta, dia 6, com os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Casa Civil, José Dirceu, pediram ao governo um "câmbio mais estável" que permita aumentar ainda mais as exportações. Segundo eles, esse câmbio estaria num patamar entre R$ 3 e R$ 3,05 por dólar.

No encontro que durou mais de uma hora, eles alegaram que o atual patamar da taxa de câmbio - na faixa de R$ 2,80 - não estimula as vendas para o mercado externo, porque limita suas margens de lucro. Para Antônio Ermírio de Moraes, presidente do Grupo Votorantim, é difícil aumentar as exportações sem incentivos, como os subsídios, por exemplo, dados a outros países e que afetam a competitividade dos produtos nacionais.

– Mas se melhorasse o câmbio, não precisaria de tanto incentivo – disse ele.

Apesar das reclamações dos empresários sobre o câmbio, as exportações brasileiras continuam mostrando força. Pelos dados da balança comercial de outubro, as exportações de US$ 7,566 bilhões mês passado foram as mais elevadas já registradas na história. De janeiro a outubro, o Brasil já acumula um superávit comercial de US$ 20,34 bilhões e a estimativa de analistas é que a balança chegue ao final do ano com US$ 22,3 bilhões de superávit.

O governo reuniu 12 empresários de diversos setores para pedir mais investimentos, criação de empregos e aumento das exportações, um dia depois do anúncio sobre um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o primeiro da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Foi o primeiro de uma série de encontros que o governo pretende fazer com o empresariado. Segundo a assessoria da Casa Civil, mais seis ou sete reuniões estão programadas para os próximos meses. O presidente da Klabin, Pedro Piva, também destacou a necessidade de impulsionar o mercado doméstico.

– Lembramos também aos ministros que não temos que nos preocupar apenas com o mercado externo, mas também com o mercado interno – disse Piva.

Ele ressaltou que concorda que empresariado e governo têm que estar juntos no esforço de retomada de crescimento do país. Para "recuperar o atraso", segundo Piva, o país tem que voltar a crescer cerca de 5% ou 6% ao ano. Segundo previsões do governo, o Brasil deve encerrar 2003 com um crescimento pífio de 0,6%.

Os empresários relataram ainda aos ministros que existem muitas dificuldades e burocracia na busca de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

– A maior preocupação dos dois lados é fazer o Brasil crescer. Não podemos esperar muito do governo, temos que esperar de nós mesmos. Como podemos ajudar? Produzindo mais – disse Antônio Ermírio.

– Existem dificuldades de infraestrutura, mas existem parcerias possíveis. Relatamos aos ministros como o poder público pode trabalhar para ajudar a aumentar a produção – disse Eduardo Gouveia Vieira, presidente do grupo Ipiranga e da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Como sempre acontece nestes encontros, o empresariado reclamou das altas taxas de juros.

– Acreditamos que a curva de queda da Selic vai continuar para termos um Brasil melhor – disse Vieira.

Na conversa com jornalistas após o encontro, os empresários elogiaram a decisão do Brasil de buscar uma prorrogação do acordo em vigor com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Na quarta, o país acertou com o Fundo um novo programa de US$ 14 bilhões, que substituirá o atual de US$ 30 bilhões em empréstimos vencendo no final deste ano. Desse total, US$ 6 bilhões correspondem a dinheiro novo, mas o governo manifestou sua intenção de não sacar os recursos.

– Acho que servirá como uma via de precaução. O país vai bem e parece que é apenas um reforço para evitar qualquer anomalia ao longo do ano. É correto, dá segurança ao governo para poder trabalhar com menos tensão. Acho que o dinheiro não será sacado – disse Antônio Ermírio, do Votorantim.

Para Piva, a decisão do governo revela um "amadurecimento do PT", pois teria percebido que é impossível dispensar os empréstimos estrangeiros.

As informações são da agência Reuters.


 
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