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Jornalista da BBC admite erro em reportagem sobre o Iraque

Cientista David Kelly, fonte da matéria, suicidou-se após ser cobrado por suas declarações

O governo britânico e a emissora pública BBC entraram em choque nesta quarta, dia 17, por causa da explosiva reportagem sobre a guerra no Iraque que, aparentemente, levou ao suicídio do cientista David Kelly. Um procurador do governo acusou o jornalista Andrew Gilligan de ter mentido ao inquérito que investiga a morte de Kelly e de ter cometido "jornalismo desacreditado" na reportagem divulgada em maio pelo rádio.

Naquela reportagem, Gilligan citava uma fonte anônima como tendo dito que o governo "exagerou" os dados de um dossiê sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque para justificar a ação militar no país.

Kelly, que trabalhava para o governo, se matou há dois meses, depois de ser identificado como a fonte da reportagem. O suicídio dele, o subseqüente inquérito e o fato de as armas proibidas não terem sido encontradas no Iraque até agora provocaram a pior crise política nos seis anos de governo Blair.

No terceiro dia da segunda fase do inquérito, na qual há interrogatório dos advogados às testemunhas, o procurador Jonathan Sumption procurou desmerecer a reportagem de Gilligan. Interrogado, o jornalista admitiu que cometeu um deslize ao atribuir à fonte então anônima a informação de que o governo sabia que era mentira o fato, até então alardeado no dossiê, de que o Iraque precisaria de apenas 45 minutos para colocar suas armas de destruição em massa em uso.

Apesar disso, Gilligan disse que no geral sua reportagem estava correta. Ele afirmou que não queria acusar o governo de desonestidade, e sim "fazer uma acusação de distorção e exagero". Ele admite que errou ao descrever a fonte anônima como membro do serviço de inteligência, e Sumption quis saber por que o erro nunca foi corrigido nas reportagens e declarações seguintes da BBC.

Jeremy Gompertz, advogado da família Kelly, levantou dúvidas sobre a qualidade das notas e da redação feita por Gilligan a partir da conversa com o cientista. Ao iniciar o interrogatório, ele afirmou que "a família Kelly não quer que ninguém seja submetido nas suas mãos a um incidente comparável ao que passou o doutor Kelly".

Com informações da agência Reuters

 

 
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