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 | 10/09/2003 18h59min

Ativistas fazem "almoço-protesto" contra OMC em Cancún

Manisfestantes distribuiram comida para chamar a atenção para importância de alimentos

No menu do resort caribenho de Cancún, o almoço é grátis, pelo menos para os manifestantes que distribuíram comida, atiraram feijões em estradas e veneraram milho numa cerimônia maia, tudo para mostrar a situação dos agricultores pobres. A reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) que se iniciou nesta quarta, dia 10, tem no tema agrícola seu maior impasse. Os países pobres vem pressionando os ricos, sobretudo União Européia e Estados Unidos, para reduzirem os US$ 300 bilhões concedidos anualmente em subsídios.

Neste encontro, a tática foi diferente. Em vez de criticarem grandes multinacionais como Nike e Microsoft, os manifestantes se voltaram contra gigantes do agronegócio menos conhecidas que, segundo eles, usam os subsídios para repelir pequenos proprietários de suas terras nos países em desenvolvimento.

– Como podemos competir com grandes companhias dos EUA? Elas controlam o processo, desde sementes até a distribuição e exportação das commodities – afirmou o filipino Rafael Mariano, líder camponês que cultiva arroz e vegetais.

Os ativistas distribuíram feijões, arroz e tortilla feita de milho durante um "almoção" nas portas do luxuoso hotel Ritz Carlton no começo da semana.

– Todos são bem-vindos à nossa mesa, mas todos sabem que os pobres não são bem recebidos na mesa dos países ricos – afirmou uma ativista chamada Susana.

A refeição foi organizada pelo grupo norte-americano Food Not Bombs, que distribuiu gratuitamente alimentos vegetarianos em protestos pacifistas e de outros tipos ao redor do mundo. Os índios maias acreditam que o Criador deu forma aos primeiros homens usando milho. Alguns ativistas participaram de uma cerimônia maia nas cercanias de Cancún para louvar o que os organizadores chamaram de "o inquestionável significado do milho no centro de nossas culturas".

Segundo os ativistas, utilizar alimentos é uma maneira de enviar mensagens anticorporativas sem abusar de jargões comerciais ou argumentos econômicos complexos.

– Nós perdemos tanto de nossas vidas para o mundo empresarial que é bom trazermos as coisas de volta para temas simples como comida e água – afirmou a ambientalista Claudia Ezyaguirre de Berkeley, Califórnia.

As informações são da agência Reuters.

 
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