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 | 04/09/2003 15h35min

Lula pede a críticos que esperem concretização das ações do governo

Presidente admitiu que atual política econômica não é a ideal, mas a necessária

Durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) nesta quinta, dia 3, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que as pessoas que têm pressa esperem a concretização das ações do governo.

– No Brasil existe um tipo de gente que nem filho pode ter, não quer esperar nem nove meses, não quer esperar o filho falar 'papai'. 

Lula afirmou que o governo tem feito a parte dele, na medida em que discute a liberação de linhas de crédito e acordos como o realizado com o setor automotivo, que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular a venda de carros. Para Lula, o governo precisa fazer tudo dentro da lógica, "porque muita gente acredita que a democracia é ruim, mas ainda não acharam um regime melhor".

O presidente admitiu que a política econômica adotada por seu governo talvez não seja "a política dos meus sonhos e do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, mas é a possível neste momento". Segundo o presidente, o que vai estabilizar a moeda não é uma medida drástica, mas sim "a estabilidade da economia e da política brasileira".

Mais cedo, na abertura do encontro, Lula fez questão de salientar a importância da aprovações das reformas da Previdência e tributária. Para o chefe de Estado brasileiro, as apreciações das matérias revelaram maturidade no processo de negociação. Em um recado para a oposição, Lula disparou:

– Pra muita gente negociação é interpretada como é "dando que se recebe". Acordos são imprescindíveis. Os que criticam nossos acordos são os mesmos que nos chamariam de inábeis se não os fizéssemos.

Lula classificou como exemplar o papel dos parlamentares em ambos os processos. O presidente disse ainda que os governadores contribuíram de forma importante para a democracia brasileira, questionando e atuando para a elaboração dos textos das reformas.

O presidente destacou ainda as atuações dos ministros da Casa Civil, José Dirceu, e da Fazenda, Antônio Palocci. O petista afirmou que a negociação com a oposição é o cumprimento de uma promessa de campanha:

– Eu disse: "nós vamos ensinar esse país a negociar".

Para Lula, a aprovação das reformas é quase atingir o 'impossível' em um país onde os governantes tinham medo de enfrentar dificudades.

– Não estou pensando a próxima eleição, mas a próxima geração – garantiu.

O presidente aproveitou o discurso para rebater críticas às viagens que tem feito para o Exterior:

– Se eu não viajo, não viajo porque não falo inglês – ironizou. Lula prometeu manter as saídas do país e as justificou com a necessidade de arquitetar ações diplomáticas com outros países.

O petista disse ser necessário alargar possibilidades e permitir que homens e mulheres possam transitar entre países. Só assim, segundo Lula, a negociação com o Brasil será respeitada:

– Ninguém respeita subalternos, quem vai negociar de cabeça baixa. Temos de chegar com força. Por isso estamos consolidando a América do Sul. A nau tem comandante. E não vai ser uma onda, por que não sou surfista, que vai fazer eu tomar medidas precipitadas. Elas vão ser tomadas no momento certo – finalizou Lula.

Com informações da Agência Brasil.

 
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