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 | 23/08/2003 16h12min

Palestinos querem fim de represálias do governo israelense

Violência dos últimos dias coloca em risco o mapa da paz mediado pelos EUA

Autoridades palestinas disseram neste sábado, dia 23,  que será difícil atender os pedidos dos Estados Unidos de repressão aos grupos armados caso Israel continue adotando represálias militares contra militantes envolvidos em atentados suicidas.

A violência aumentou ainda mais nos últimos dias, colocando em risco o "mapa da paz" mediado pelos Estados Unidos, depois que Israel assassinou um líder do Hamas em retaliação à morte de 20 pessoas em um atentado suicida em Jerusalém no começo desta semana.

O presidente norte-americano, George W. Bush, pediu na sexta, dia 22, que os palestinos reprimam os militantes, uma questão crucial no mapa da paz, que estabelece o caminho para o fim dos três anos de violência e a criação de um Estado palestino em 2005.

– Se os palestinos quiserem ver seu próprio Estado, têm de desmontar as redes terroristas – disse Bush a repórteres.

Mas a Autoridade Palestina afirmou que a repressão seria impossível caso as forças israelenses continuassem as incursões na Cisjordânia e Faixa de Gaza, deflagrada depois do atentado de terça.

– Agora que os territórios palestinos estão cheios de tanques... Eu acho que isso impede qualquer esforço que fizermos – disse a repórteres o ministro da Informação, Nabil Amr.

As perspectivas de novos banhos de sangue parecem mais prováveis depois que o Hamas e outros grupos militantes juraram vingar a morte de Ismail Abu Shanab, importante líder do Hamas na Faixa de Gaza morto na quinta-feira e que Israel prometeu atacar outros líderes militantes.

Promessas de vingança de dezenas de milhares de pessoas que compareceram ao funeral de Abu Shanab foram intensificadas com um chamado do Hamas para que "todas as células de combatentes na Palestina ataquem em cada canto do estado judeu".

Enquanto isso, uma autoridade da segurança de Israel disse na sexta-feira que o assassinato de Abu era "apenas o começo" e que Israel planejava "sérias retaliações à infra-estrutura terrorista", depois do atentado ao ônibus em Jerusalém.

Mas um chefe do Hamas no Líbano disse neste sábado que seu grupo estava aberto para discutir uma nova trégua apesar da morte de Abu Shanab.

– Estamos prontos para discutir qualquer idéia política. Mas não estamos prontos para tomar nossas posições antes de sabermos de todos os detalhes – disse Usama Hamdan à Reuters.

O negociador palestino Saeb Erekat pediu ao enviado dos Estados Unidos John Wolf, durante encontro na Cisjordânia, que pressione Israel a acabar com as represálias militares de forma que "a Autoridade Palestina possa agir contra militantes", disse um oficial palestino.

 
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