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 | 07/08/2003 16h19min

Roberto Marinho é enterrado no cemitério São João Batista no Rio

Lula participou do velório do presidente das Organizações Globo

O corpo do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, foi enterrado na tarde desta quinta-feira, dia 7, no mausoléu da família no cemitário São João Batista, em Botafogo. Pétalas de rosas foram jogadas sobre o caixão. O local estava repleto de pessoas que prestaram as últimas homenagens ao presidente das Organizações Globo.

O cortejo, acompanhado por vários carros, foi feito num carro da emissora. Antes de o caixão ser fechado, o corpo foi coberto com uma bandeira do Flamengo colocada por um dos netos do jornalista.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do velório do jornalista, acompanhado dos presidentes da Câmara, João Paulo Cunha, e do Senado, José Sarney. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, também estava na comitiva presidencial.

A missa de corpo presente foi celebrada por Dom Eugênio Sales, arcebispo emérito do Rio. A viúva, Dona Lily Marinho, ficou muito emocionada e se despediu do marido com um beijo na testa.

Políticos, empresários, amigos e parentes do jornalista estiveram em seu velório, na residência da família, no bairro do Cosme Velho, no Rio. Os filhos Roberto Irineu e José Roberto, a viúva e os irmão Ilda e Rogério velavam o corpo no saguão repleto de obras de arte que dá acesso ao jardim de inverno da residência.

O presidente de honra do PDT, Leonel Brizola, um dos inimigos mais declarados de Marinho, compareceu ao velório para prestar condolências aos familiares e lamentou a morte o empresário.  Entre os outros políticos que marcaram presença no velório na tarde desta quinta estavam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a governadora do Rio, Rosinha Matheus (PSB), acompanhada de seu marido, o secretário estadual de Segurança Anthony Garotinho e a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT).

Do mundo dos negócios, apareceram o presidente do Bradesco, Lázaro Brandão, o representante do Unibanco, Eduardo Lacombe, e o empresário Olavo Monteiro de Carvalho, entre outros. De acordo com a assessoria de imprensa da Rede Globo, mais de 1,8 mil pessoas haviam comparecido à residência da família até as 15h, quando o corpo saiu em cortejo para o cemitério São João Batista.

O presidente das Organizações Globo faleceu na noite dessa quarta-feira, dia 6, após intervenção cirúrgica no Hospital Samaritano, em Botafogo, para a retirada de um coágulo no pulmão. Marinho sofreu um edema pulmonar, provocado por uma trombose, na manhã da quarta, em sua casa no Cosme Velho.

O presidente das Organizações Globo iniciou sua vida jornalística aos 20 anos, quando seu pai, o jornalista Irineu Marinho, morreu, 21 dias depois da fundação do jornal O Globo, em 1925.  A mãe insistiu para que ele  assumisse a direção do jornal. Mas Roberto não concordou. Preferiu trabalhar como contínuo, corretor de anúncios, copidesque, articulista, repórter e depois redator-chefe. Para a direção, indicou Euclides de Mattos, um profissional mais experiente. Somente seis anos depois, com 26 anos, Roberto assumiu o cargo, mesmo sem nunca ter cursado a faculdade de Jornalismo.

Nos anos seguintes, se dedicou à consolidação do Globo e à criação da Rádio Globo. Aos 60 de idade, fundou a TV Globo, que veio a ser a maior rede de televisão do país. A última aparição pública de Roberto Marinho foi no dia 29 de julho, quando participou da missa comemorativa aos 78 anos de fundação do seu jornal.

Doutor Roberto, como preferia ser chamado, costumava dizer que ser jornalista era mais importante do que empresário para seus negócios. Marinho era conhecido pelo seu senso de humor. Tinha tiradas rápidas e respostas surpreendentes. Quando em idade já avançada, sempre que lhe perguntavam sobre seu estado de saúde, na despedida ele não perdia a oportunidade de convidar o interlocutor para o seu aniversário de centenário. Falava da sua morte no condicional e criou um bordão que se tornou marca registrada, inciando frases dizendo "se um dia eu vier a faltar".

Na juventude, Marinho foi um desportista eclético, passando de boxe a corrida de carros, mergulho. Praticou equitação mesmo depois dos 40 anos. Já próximo aos 80 anos, aventurou-se em uma competição internacional de equitação. Caiu do cavalo, fraturou 11 costelas, sendo que uma lhe perfurou o pulmão. Não bebia nem freqüentava a noite carioca exageradamente, mas tinha o costume de dar festas em uma cobertura que possuía no bairro da Urca, onde recebia amigos e artistas.

Mesmo milionário, ele nunca perdeu a simplicidade e o gênio. Em casa, atendia o telefone dizendo, simplesmente, "Roberto". Em 1993, foi indicado por Austragésilo de Athayde como candidato à vaga da cadeira número 39 da Academia Brasileira de Letras, aberta pelo falecimento do também jornalista Otto Lara Resende, antigo colaborador de O Globo. Chegou a recusar dizendo que era jornalista, logo não era criador, mas voltou atrás.

A rede de comunicação deverá agora ficar sob a tutela de um dos três filhos do primeiro casamento com Stella Goulart – Roberto Irineu, responsável pela Rede Globo, João Roberto, que cuida do jornal, e José Roberto, o mais novo, responsável pelas rádios da família. Ele estava casado com a socialite Lily de Carvalho havia 13 anos.

As informações são da Globo News.

 

 

 
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