O Irã afirmou nesta segunda, dia 4, que não vai entregar nenhum membro da rede Al-Qaeda, de Osama bin Laden, para Washington, e negou que esteja tentando fechar um acordo para troca de prisioneiros com os Estados Unidos. No mês passado, o governo iraniano admitiu publicamente pela primeira vez que deteve alguns importantes integrantes da organização terrorista e disse que planejava extraditar alguns deles para "países amigos''.

No último sábado, o jornal The New York Times citou uma autoridade norte-americana dizendo que Washington havia se aproximado de Teerã com um pedido para que o país entregue os homens da Al-Qaeda sob custódia iraniana, incluindo o egípcio Saif al-Adel, acusado de ser o chefe de segurança da rede. O diário disse que o Irã queria, em troca, que os Estados Unidos entregassem membros do grupo de oposição iraniano Mujahideen do Povo, atualmente sob controle norte-americano no Iraque.

O porta-voz do governo iraniano, Abdollah Ramazanzadeh, no entanto, afirmou em uma entrevista coletiva nesta segunda que seu país não está interessado em tal acordo.

– O Irã nunca pediu tal troca. Nunca fazemos acordos nem agimos seletivamente em relação ao terrorismo – disse o porta-voz.

Segundo ele, os membros da Al-Qaeda somente podiam ser entregues a países com os quais o Irã tem acordo de extradição.

– Desde o ano passado, suspeitos identificados (como membros da Al-Qaeda) têm sido extraditados para países amigos com os quais temos um acordo para extradição de criminosos. Mas não temos tal acordo com os Estados Unidos  – disse Ramazanzadeh.

"Por razões de segurança", o porta-voz se negou a revelar a identidade dos membros da organização terrorista sob custódia do Irã. Os integrantes da Al-Qaeda que cometeram crimes no país vão ser processados por tribunais iranianos.

As informações são da agência Reuters.