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 | 29/07/2003 09h11min

FMI admite ter errado com o Brasil e critica governo FH

Documento aponta para erros cometidos pelo Fundo na crise cambial de 1998

Relatório divulgado nessa segunda, dia 28, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para uma série de erros e de avaliações equivocadas cometidas pelo órgão internacional durante o acompanhamento da crise cambial brasileira em 1998/1999. O documento critica a gestão da equipe econômica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o fato de o Brasil ser um dos poucos países emergentes a negar a divulgação completa de dados ao mercado internacional via FMI.

As principais conclusões no caso brasileiro são que o FMI falhou ao apontar as vulnerabilidades do Plano Real – principalmente em relação ao aumento da dívida interna brasileira –, demonstrou um otimismo infundado com o sistema de câmbio fixo, produziu relatórios e avaliações que não eram ''francas'' e errou ao não recomendar, já em meados de 1998, a flutuação do câmbio.

Em janeiro de 1999, o Brasil abandonou o sistema de bandas cambiais que vigorava desde o início do Plano Real (julho de 1994) e o real fechou aquele ano com uma desvalorização superior a 40% em relação ao dólar. O FMI responsabiliza o governo brasileiro por ter mantido políticas fiscais e monetárias ''frouxas'' entre o lançamento do plano e a desvalorização cambial e por não ter pressionado politicamente o Congresso a aprovar as reformas estruturais (previdenciária e tributária, principalmente) de que o país precisava.

Em um dos trechos do relatório, o FMI critica o fato de o governo brasileiro não ter mantido elevadas, por mais tempo, as taxas de juro em 1998, a fim de sustentar uma política fiscal mais rigorosa que desse sustentação à moeda nacional.

– Os compromissos do presidente (FH) estavam submetidos a várias considerações políticas. Círculos industriais poderosos pressionavam por uma redução dos juros, pelo abandono do sistema de câmbio fixo e por uma política mais desenvolvimentista – diz o texto.

Como conseqüência da crise que levou à desvalorização no início de 1999, diz o documento, ''a credibilidade do FMI foi claramente afetada pela rápida falência de um dos elementos centrais do programa de estabilização. O FMI deveria ter encorajado uma saída do regime de câmbio fixo em um momento oportuno. Isso teria sido mais consistente com as mensagens que emergiam do próprio Fundo''.

Com informações da Rádio Gaúcha.

 
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