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Ataques adiam volta de soldados americanos no Iraque para os EUA

Anúncio provocou frustração entre militares

Os militares norte-americanos anunciaram nesta terça, dia 15, que um importante contingente seu vai permanecer por tempo indeterminado no Iraque, onde o número de baixas dos Estados Unidos já se aproxima do registrado na primeira Guerra do Golfo, em 1991.

Sob constantes ataques dos iraquianos, os soldados da 3ª Divisão de Infantaria Mecanizada, instalados na turbulenta cidade de Falluja, ficaram profundamente chocados com o anúncio. Os soldados voltariam em setembro, como foi anunciado na semana passada.

– É um grande choque – disse o sargento Josh Holt, do Alabama, que planejava voltar aos EUA em julho ou agosto, conforme anúncio anterior do comando militar norte-americano.

A 3ª Divisão foi a primeira a entrar em Bagdá durante a guerra. Seus soldados estão na região do Golfo desde setembro, e 37 deles já foram mortos desde o começo do conflito. Os ataques partem do deposto regime de Saddam Hussein, de gangues armadas ou de parentes de iraquianos mortos na guerra.

– Está sendo duro. Precisei levar para casa um menino de 7 anos cujo pai foi morto em um tiroteio. A família só chorava. Tenho certeza de que vão tentar se vingar. É assim que funciona no Iraque – afirmou Holt.

Após receberem várias promessas de que voltariam em breve para casa, os soldados da divisão se mostraram muito frustrados com a notícia de que as esburacadas ruas de Falluja continuarão sendo seu lar.

– Ouvimos três vezes a notícia que iríamos para casa em um par de meses. Não é uma boa hora para anunciar isso. Estamos desmotivados – afirmou o sargento Chris Grisham, do setor de inteligência militar.

Segundo o general Buford Blount, toda a unidade, inclusive ele próprio, está pronta para partir, mas precisa ficar até completar sua tarefa.

– Esses soldados estão aqui há quase dez meses, depois de treinar duro no deserto durante seis meses. Eles estão fazendo um trabalho difícil. Mas eles estão fazendo um bom trabalho aqui. O moral está elevado. Estamos tentando tirá-los daqui, mas eles precisam continuar concentrados na missão – afirmou o general.

A 3ª Divisão de Infantaria tem a difícil tarefa de estabilizar o Iraque, controlando cidades como Falluja, onde existe forte sentimento antiamericano e os ataques são quase diários. As tropas estão treinando iraquianos para policiarem a cidade, mas mesmo esses novos policiais exigem a retirada norte-americana.

Nesse clima, também os iraquianos ficaram revoltados com a informação de que as tropas vão permanecer na cidade.

– Fervemos por dentro quando vemos esses soldados americanos passando. Não há segurança aqui. Se eles permanecerem, vamos lutar com nossas armas – disse o iraquiano Ahmed Abdel Razak.

A Casa Branca declarou encerrados os combates do atual conflito em 1º de maio, mas desde então 32 soldados dos EUA já foram mortos. A perspectiva dos americanos é de continuar sofrendo ataques no Iraque.

Nesta terça, dois grupos até então desconhecidos prometeram resistir a qualquer ação militar estrangeira no país, "mesmo que sob o guarda-chuva da ONU, do Conselho de Segurança, da Otan ou dos países árabes e islâmicos", segundo nota do autodenominado Exército de Libertação do Iraque, lida pela emissora Al Arabiya, de Dubai.  As informações são da agência Reuters.

 
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