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Ex-ministros acusam Blair de mentir sobre armas iraquianas

CPI quer descobrir se governo manipulou informações para justifiar guerra

Dois ex-ministros britânicos usaram o primeiro dia de uma CPI sobre as justificativas do governo para entrar em guerra contra o Iraque, nesta terça, dia 17, para acusar o primeiro-ministro Tony Blair de ter mentido ao público.

Robin Cook, que deixou o governo nas vésperas da guerra, disse que não existem sinais de que o Iraque tinha equipamentos ou mão-de-obra para produzir armas de destruição em massa.

– É inconcebível que ambas as coisas pudessem ser ocultadas nos dois meses em que estamos ocupando o Iraque – afirmou Cook, que era líder do governo no Parlamento e antes havia sido chanceler.

Passados mais de dois meses do fim da guerra, as tropas anglo-americanas no Iraque ainda não encontraram as armas de destruição em massa que, antes do conflito, eram apresentadas por Washington e Londres como a principal justificativa para a invasão.

A CPI britânica vai tentar descobrir se o governo manipulou informações para tornar mais convincente a suposta ameaça representada pelo Iraque. Nos Estados Unidos, há igual pressão sobre o presidente George W. Bush, cujos argumentos estão sendo investigados por duas comissões do Senado.

As acusações a Blair na CPI partiram também de Clare Short, que no mês passado renunciou ao cargo de ministra do Desenvolvimento Internacional. Ela mencionou a suspeita de que um dossiê contra o Iraque, apresentado em fevereiro, na verdade tenha sido plagiado de uma tese de doutorado.

– Acho que, nos preparativos para a guerra, quando há vidas em jogo, pegar uma tese e distorcê-la é chocante – afirmou Short.

– Acho que o primeiro-ministro deve ter concluído que era honroso e desejável apoiar os EUA na ação militar, e que, portanto, era honroso para ele persuadir-nos por meio de várias artimanhas,  então, acho que para ele isso era uma enganação honrosa – afirmou a ex-ministra.

Cook disse à CPI que o objetivo do dossiê de fevereiro era distrair a atenção da opinião pública. Outro documento sobre as armas iraquianas, divulgado em setembro, não continha "dados recentes ou alarmantes", segundo ele.

Ele reconheceu que a coleta de informações sobre o Iraque sempre foi muito difícil, mas afirmou que "a ausência de inteligência é um terreno muito delicado para começar uma guerra".

 
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