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 | 31/05/2003 18h55min

Lula vai propor no G8 fundo mundial de combate à fome

Presidente deve criticar subsídios agrícolas concedidos pelos países ricos

Visto como um aliado potencial tanto pelos manifestantes antiglobalização quanto pelos colegas dos países desenvolvidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa neste domingo, dia 1º, da reunião do G8, o clube das sete nações mais industrializadas do planeta e a Rússia. Lula já adiantou que apresentará no encontro de Evian, na França, proposta de criação de um fundo mundial para combate à fome. Há expectativa de que esse tema tenha boa receptividade porque estão alinhados ao principal tema.

Depois de sugerir no início deste ano durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, a criação do fundo,  Lula quer ver a sua idéia colocada em prática. Uma das hipóteses que deve ser apresentada pelo presidente no encontro deste domingo para compor o fundo é a transferência de 50% dos juros e encargos financeiros das dívidas externas dos países em desenvolvimento. A idéia seria transformar os valores pagos pelas nações pobres durante os acertos das dívidas em títulos que seriam comprados pelos países financiadores. Lula também defende que 1% de todas as despesas mundiais com armamentos seja direcionado ao Fundo de Combate à Fome.

A manifestação do presidente brasileiro na reunião não se limitará às propostas de criação de um fundo de solidariedade mundial. A crítica aos subsídios concedidos pelos países ricos, especialmente à produção agrícola, deve compor a pauta do pronunciamento brasileiro.  Na opinião de Lula, só com o fim das barreiras impostas no comércio internacional as nações em desenvolvimento poderão reduzir as desigualdades sociais

Além disso, a criação de um organismo de apoio à infra-estrutura na América Latina e também a antiga reivindicação brasileira de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) devem fazer parte do discurso do ex-sindicalista.

Apesar da boa imagem que o presidente tem deixado nos dirigente das nações mais poderosas, analistas acreditam que o máximo que Lula poderá conseguir são algumas promesses a longo prazo e declarações de apoio superficiais.

Durante este sábado, em Lausanne (Suiça), o presidente manteve encontros bilaterais com vários chefes de Estado. Entre outros, Lula esteve reunido com o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, e com o da África do Sul, Thabo Mbe Ki. Ele também seria recebido pelo presidente da Suiça, Pascal Couchepin, numa saudação aos 12 países em desenvolvimento que participarão do encontro.

O G8, formado pela França, Itália, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Canadá e Rússia, pretende debater durante os três dias de encontro, além de temas econômicos da atualidade, questões políticas que influenciam hoje o mercado internacional, como o pós-guerra no Iraque.

 
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