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Família de cinegrafista morto no Iraque processa soldados dos EUA

Parentes de José Couso acreditam que soldados cometerem crime de guerra

Os parentes de um cinegrafista espanhol morto em abril pelo disparo de um tanque norte-americano contra o hotel em que se hospedava, em Bagdá, entraram com uma ação nesta terça, dia 27, pedindo que a Justiça da Espanha investigue e julgue três militares norte-americanos pelo incidente.

O pedido judicial apresentado à Audiência Nacional (o segundo tribunal mais importante da Espanha) diz que as circunstâncias da morte do cinegrafista José Couso "constituem 'crimes de guerra', da perspectiva do direito internacional". A ação também pede a prisão preventiva dos três militares norte-americanos supostamente responsáveis pela morte do cinegrafista.

Couso, de 37 anos, cobria a guerra para a emissora Telecinco. Ele foi morto em 8 de abril numa sacada do Hotel Palestine, onde a imprensa estrangeira estava hospedada. No mesmo ataque morreu também o cinegrafista ucraniano Taras Protsyuk, 35, da Reuters.

No começo deste mês, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, se referiu ao caso como "um acidente de guerra". Os militares dos EUA dizem que o tanque disparou contra o hotel porque estaria sendo alvejado por atiradores postados no local.

Numa entrevista coletiva, a advogada Pilar Hermoso, que representa a família Couso, disse que a lei espanhola e o direito internacional autorizam que o país julgue supostos criminosos de guerra, mesmo com relação a fatos ocorridos no exterior.

Nunca um tribunal espanhol julgou um crime de guerra. Hermoso admitiu que dificilmente os três norte-americanos serão extraditados para a Espanha. Um dos juízes que pode julgar a ação é Baltazar Garzón, famoso por sua tentativa de punir o ex-ditador chileno Augusto Pinochet por crimes contra cidadãos espanhóis no Chile.

O Pentágono não comentou o caso. No ano passado, os Estados Unidos rejeitaram a criação do Tribunal Penal Internacional, da Organização das Nações Unidas (ONU), justamente por temer que seus soldados pudessem ser objeto de ações como essa.

As informações são da agência Reuters.


 
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