Haiti | 13/01/2010 12h21min
Familiares da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, morta no terremoto no Haiti, aguardavam a visita da catarinense, marcada para acontecer no fim deste mês em sua cidade natal, Forquilhinha, no Sul de Santa Catarina.
Segundo uma sobrinha de Zilda, Liliam Arns, a expectativa era grande para rever a tia, que também visitaria três irmãs — Maria Helena, Maria Gabriela e Ilda — que moram na cidade. Zilda, inclusive, tinha pretensões de passar o aniversário de uma das irmãs com os parentes de Santa Catarina.
A sobrinha diz que a médica estava no país caribenho auxiliando na coordenação da Pastoral da Criança, órgão do qual é fundadora e coordenadora nacional. Entre os trabalhos de Zilda no Haiti, estavam a melhora da saúde das crianças e a redução da mortalidade infantil.
Coordenadora da Pastoral da Criança na região de Forquilhinha e secretária de Ação Social da cidade, Liliam conta que as irmãs de Zilda também integram a
Pastoral. Aliás, a instituição, que completa
25 anos em abril, sempre contou com o apoio da médica. Segundo a sobrinha, foi Zilda quem doou o terreno onde hoje está a sede da Pastoral em Forquilinha.
Para o prefeito da cidade, Vanderlei Alexandre, a morte da médica será muito lamentada.
– Zilda vai fazer falta para o mundo pelos seus muitos trabalhos sociais. Mesmo longe de Forquilhinha, ela sempre manteve contatos estreitos por aqui – diz ele.
Uma irmã de Zilda, Ilda, 83 anos, afirma que a médica dedicou sua vida inteira aos outros:
— Zilda passou pelo mundo fazendo o bem a todos. Ela doou sua vida e amou as criança até o fim. A morte corou a obra dela.
Liliam Arns ficou sabendo da morte da tia por meio de uma filha de Zilda, que mora em Curitiba (PR) e que recebeu a notícia através da presidência da República. Liliam conta que o corpo da médica deve ser enterrado na capital paranaense, cidade onde ela morava atualmente.
Trabalhos
A morte da médica de 75 anos,
na terça-feira, foi confirmada pelo senador Flávio José Arns, sobrinho da catarinense.
Ouça a entrevista de Flávio José Arns aqui.
Irmã do cardeal arcebispo emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, Zilda foi indicada ao Nobel da Paz em 2006. Mãe de cinco filhos, a médica era formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e morava em Curitiba. Participou de diversos eventos internacionais em países como Angola, Indonésia, Estados Unidos e Europa.
Zilda também fundou e coordenou a Pastoral da Pessoa Idosa e foi representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Zilda Arns Neumann tinha 75 anos, era médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança
Foto:
Divulgação
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