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 | 06/01/2010 15h20min

Pedido para renúncia no Banco Central argentino abre crise

Chefe de Gabinete da Casa Rosada qualificou de pouco séria decisão do presidente do BC

Marina Guimarães

Uma crise institucional afeta o governo da Argentina e o Banco Central do país por causa da decisão da presidente Cristina Kirchner de pedir a renúncia de Martín Redrado, presidente do BC, e da negativa dele de atender ao pedido. O chefe de Gabinete da Casa Rosada, Aníbal Fernández, qualificou de "pouco séria" a decisão do presidente do BC.

— É uma atitude hostil e pouco séria porque, publicamente, Redrado disse à presidente, em reiteradas oportunidades, que tinha a renúncia à sua disposição e agora a presidente decidiu aceitá-la — afirmou Fernández em entrevista à emissora de TV C5N.

— Quem toma as decisões e quem fixa a política econômica é a presidente, e não o Banco Central. Caso contrário, estamos confundindo os papéis e estamos em um Estado anárquico — disse o ministro, que pediu "respeito às instituições".

Fernández acusou Redrado de ter uma posição contrária às políticas do governo e, por isso, "não pode desempenhar o cargo". A irritação do governo de Cristina Kirchner com o presidente do BC se deve à demora na liberação de US$ 6,569 bilhões das reservas internacionais para constituir o recém-criado Fundo do Bicentenário, para pagar a dívida pública em 2010. O Fundo do Bicentenário foi criado por decreto presidencial, mas pelo estatuto do BC, o uso das reservas para esse fim tem de ter o aval do Congresso.

— Vamos entrar com uma medida cautelar para que a Justiça garanta o cumprimento do estatuto do BC porque nem Redrado, nem ninguém da diretoria do BC pode tocar as reservas sem o aval do Congresso — afirmou o senador da União Cívica Radical (UCR), Gerardo Morales, antes de entrar na sede do BC, onde terá uma reunião com o titular da autoridade monetária.

— Queremos cuidar de nossas reservas internacionais porque esses recursos são dos cidadãos argentinos e não do Executivo — completou o senador.

Ele explicou que o decreto presidencial será votado em fevereiro e "até lá, as reservas não podem ser tocadas".

O encontro entre Redrado e os líderes da opositora UCR já estava marcado desde a semana passada, antes da crise aberta na manhã desta quarta, dia 5, segundo informações de Morales. Mas para a Casa Rosada, a reunião "é uma provocação", como definiu Fernández.

Agência Estado
 
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