| 29/12/2009 16h42min
A empresa que faz o saneamento da água e do esgoto no Paraná lançou um programa de aproveitamento de resíduos sólidos na agricultura. Lodo de esgoto tratado está sendo usado como adubo no Estado. Os produtores estão aprovando o novo insumo.
Antes de ser distribuído, o biossólido, como é chamado, deve ser higienizado e passa por secagem e testes para identificar metais pesados. O novo adubo é indicado para soja, milho, trigo, mas não pode ser aplicado em hortaliças e raízes comestíveis, como a mandioca.
Há nove anos, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) testa gratuitamente o adubo, que nada mais é do que o resultado de resíduos domiciliares processados. Dos 30 hectares onde plantou soja, no distrito de Maravilha, em Londrina, o produtor Cláudio Aparecido Alves usou em 10 hectares o adubo de lodo de esgoto tratado.
Além de o clima estar favorável para a soja, na área é visível que a planta está mais alta e vigorosa. Já na área onde o novo adubo não foi aplicado a lavoura não está tão uniforme. A variedade de soja é a mesma para as duas áreas. O produtor diz que usou adubo químico com o lodo, mas reduziu o industrial pela metade. Na área experimental, ele espera colher com mais produtividade.
— Onde aplica o adubo orgânico, a diferença é, só no olhar, no mínimo 30% melhor. Eu economizei pelo menos R$ 100 por hectare e eu acredito que uns 60 sacos por hectare, o outro uns 45 sacos, 40 sacos — afirma Alves.
Em 2000, o programa começou a distribuir o lodo de esgoto tratado para pequenos agricultores do Paraná. Segundo pesquisas, o produto é rico em matéria orgânica e nutrientes, como nitrogênio e fósforo. A empresa de saneamento também informou que o novo insumo tem o uso autorizado pelo Ministério da Agricultura.
O produto orgânico foi uma solução para o passivo ambiental que a empresa de saneamento gera ao tratar o esgoto de muitos municípios do Paraná. Em nove anos, foram produzidas mais de cem mil toneladas de adubo de lodo no Estado. As unidades de tratamento de Curitiba e Foz do Iguaçu já têm licença ambiental para processar o novo esterco. Outras unidades devem receber autorização ainda em 2010, inclusive Londrina.
— Até 2000 ou até agora, nas unidades onde não está implantado, esse trabalho com o biossólido, é descartado em aterro sanitário. É uma judiação até, já que ele pode gerar riqueza. Você tem um ganho, para o agricultor até de R$ 500 por hectare e isso ser disponibilizado no lixo. É você jogar riqueza no lixo. Assim, a região metropolitana de Londrina tem um trabalho bastante ampliado de se reciclar o lixo. Então, esse material também, o biossólido sendo aplicado na agricultura, você tem um custo que não é. É só a aplicação do cal e fazer o trabalho de laboratório e gerar riqueza para o agricultor — disse o gerente-geral da Sanepar para a região de Londrina, Sérgio Bahls.
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