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 | 27/12/2009 21h15min

Produtos da Caatinga e do Cerrado ganham destaque no mercado nacional

Rede explora sabores exóticos de frutas regionais

Picolé de açaí, ou de açaí com banana, além de sucos de maracujá da caatinga e de açaí com guaraná. Esses são algumas das novidades que turistas do mundo inteiro vão encontrar ao chegar no Brasil em 2014 e 2016, anos de Copa do Mundo e da Olimpíada, respectivamente.

Por trás desses produtos de sabores bem brasileiros está um importante e amplo trabalho da Rede Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga que beneficia 2,5 mil famílias do Cerrado, da Caatinga e da Amazônia.

A organização não-governamental Agendha é responsável por tecer os fios dessa rede, que trabalha com base nos princípios do comércio justo e solidário. A ONG foi criada em 2003 para a realização de serviços de assessoria e gestão em estudos da natureza, desenvolvimento e agroecologia.

Sua atuação prioritária é na Zona Semi-Árida e Sub-Úmida Seca do Nordeste, mais precisamente no Bioma da Caatinga. Ela busca construir uma estratégia permanente de comercialização dos produtos da sociobiodiversidade e simultaneamente a divulgação, sensibilização e efetivação das potencialidades das caatingas e de seus agentes.

Recentemente a Rede Bodega assinou convênio com a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete (Abis) e com a empresa Atrium Ingredients Business, e obteve apoio do Acordo de Cooperação entre a República Federativa do Brasil e a República Federal da Alemanha. A parceria via possibilitar a criação de sorvetes e sucos tendo como matéria-prima os frutos da Caatinga, do Cerrado e da Amazônia.

– Os eventos previstos para os próximos anos no Brasil - entre eles, a Expo Mundo em 2016 – serão uma chance única para divulgar esses sabores diferenciados, tão pouco conhecidos em nível nacional e internacional – afirma Maurício Lins Arocha, responsável pelos produtos da sócio-biodiversidade na Agendha.

O convênio visa promover a qualidade e sustentabilidade dos empreendimentos da agricultura familiar, que têm como base a responsabilidade socioambiental, o comércio ético, justo e responsável. Serão produzidos picolés, sorvetes, polpas e sucos de 30 frutas do Cerrado, da Caatinga e da Amazônia.

– Os primeiros produtos já criados são os picolés nos sabores de açaí, açaí com banana, além de sucos de maracujá da caatinga e de açaí com guaraná – conta.

Como estratégia de divulgação, esses produtos terão suas informações traduzidas em 20 idiomas.

A Rede Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga nasceu em 2005. Trata-se de uma rede de organizações sociais que coletam, cultivam, criam e beneficiam produtos da Caatinga. Ela também busca comercializar os produtos na perspectiva de relação justa e solidária, incentivando o consumo saudável e sustentável. A Rede é tecida por 30 organizações ecoprodutivas dos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Pernambuco e Alagoas, que formam o Bioma da Caatinga/Nordeste.

Os produtos dessas organizações, formadas por cooperativas, associações, grupos e entrepostos, são comercializados de forma itinerante em de feiras, rodadas de negócios e exposições locais, nacionais e internacionais. Também há vendas no mercado institucional, por meio de parcerias público-privadas e pelo blog da Rede. Ao todo são 682 produtos, entre alimentos, bebidas, artesanato e serviços. As bodegueiras, como são chamadas as mulheres que lideram as redes, são responsáveis por dar apoio às organizações da sua localidade.

AGÊNCIA SEBRAE
 
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