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 | 15/12/2009 17h54min

Serra, Minc e Marina defendem biocombustível na COP15

Etanol de cana-de-açúcar ganhou destaque como solução de combate às mudanças climáticas

Em um debate com a presença do governador de São Paulo, José Serra, do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da senadora Marina Silva, o etanol de cana-de-açúcar ganhou destaque como solução de combate às mudanças climáticas nesta segunda, dia 14, durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP15), em Copenhague, Dinamarca.

Os três se encontraram durante evento organizado pela Aliança Brasileira pelo Clima, que congrega 14 entidades brasileiras que representam a agricultura, florestas plantadas e a bioenergia, entre elas a União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica).

— Nosso país é o que mais produz etanol com eficiência, devido ao clima favorável e por dominarmos a técnica de produção. Para cada oito unidades de energia de etanol produzidas, utilizamos apenas uma de energia fóssil, o que está contribuindo para a redução das emissões de CO2 — afirmou o governador Serra durante o evento, que ocorreu no Pavilhão da Delegação Brasileira na COP15.

Para o ministro Minc, é importantíssimo esse processo de substituição da queima de combustíveis fósseis pela utilização de fontes de energia renovável, como o etanol.

— Nós dominamos a técnica de produção e investimos muito em sua
Tecnologia — avaliou.

A senadora Marina Silva não tinha participação confirmada, mas surpreendeu os organizadores ao chegar ao local e foi convidada a se manifestar. Ela destacou a questão das metas a serem desenhadas em Copenhague:

— Os países em desenvolvimento não podem ficar criando resistência quando é discutido o fundo internacional para o meio-ambiente. Precisamos de ajuda, mas temos que agir antes, liderar pelo exemplo — disse Marina.

Aliança
O presidente da Unica, Marcos Jank, que juntamente com as outras entidades participou da elaboração do documento de posicionamento da Aliança Brasileira pelo Clima citou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que não contabiliza o impacto gerado pela produção e uso do etanol em larga escala no Brasil na redução das emissões de CO2.

— A Unica avalia que o etanol ficou fora dos mecanismos de incentivo do Protocolo de Kyoto, como o MDL, e que esses erros devem ser revistos — enfatizou Jank.

Quando o mundo usa etanol, explica o dirigente, além de carbono, está economizando US$ 0,20 por litro que teriam que ser investidos em outras formas de reduzir a emissão de CO2.

— E ninguém paga nada por isto, muito ao contrário, cobram altas tarifas de importação pelo nosso produto — explicou.

Jank lembrou que a redução de emissões graças à produção e uso do etanol no Brasil, apenas desde a criação do conceito de MDL, corresponde a 60% de todos os créditos gerados por esse mecanismo. Contudo, o país não recebe qualquer crédito pelo fato de a utilização do etanol ser uma iniciativa pré-existente. Isto, para o presidente da Unica, caracteriza uma completa distorção.

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