A Bolívia elege neste domingo seu presidente. A perspectiva é de que Evo Morales obtenha a reeleição, já que a última pesquisa autorizada para o pleito, na quarta-feira passada, indicou intenção de votos de 53% para o atual presidente.

As eleições no país vizinho são de interesse estratégico para o Brasil. A Bolívia é um dos mais pobres países sul-americanos, com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 43,3 bilhões — 1/46 do brasileiro, de US$ 1,99 trilhão — e uma população inferior a 10 milhões de pessoas (a do Brasil é cerca de 20 vezes maior). Mas a Bolívia tem, também, gás natural de sobra para o mercado brasileiro.

As informações recomendam ao Brasil olhar com atenção para o país vizinho. Uma delas é motivo de apreensão: Morales, 50 anos, o mais fiel seguidor do presidente venezuelano, Hugo Chávez, estaria preparando, para os dias seguintes às eleições, uma nova lei de hidrocarbonetos. 

Em 1º de maio de 2006, Morales anunciou a nacionalização do gás e do petróleo. Enviou tropas para ocupar 56 instalações de gás, além de duas refinarias da Petrobras, responsáveis por mais de 90% de capacidade de refino do país. Um prazo de 180 dias foi anunciado para que as empresas estrangeiras de energia assinassem novos contratos que dão à Bolívia participação majoritária e até 82% das receitas. Elas os assinaram.

O Brasil importa dois terços do gás natural boliviano por meio de gasodutos operados pela Petrobras, responsável por quatro campos de gás bolivianos.

As eleições na Bolívia são também para Senado e Câmara — 130 deputados e 36 senadores que serão eleitos para integrar a nova Assembleia Legislativa Plurinacional.

Confira os principais candidatos à presidência boliviana:

Evo Morales (Movimento ao Socialismo - MAS)

Manfred Reyes Villa (Plano de Progresso para a Bolívia - Convergência Nacional / PPB-APB)

Samuel Doria Medina (Aliança pelo Consenso e Unidade Nacional - UN-CP)