Minas Gerais concentra 25% da produção nacional de café. No leite, os mineiros também são responsáveis pela maior bacia leiteira do país. Os produtores do Estado estão apostando na mistura café com leite na mesma propriedade para reduzir custos e otimizar a renda, principalmente nas propriedades de agricultura familiar.

No interior de Patrocínio (MG), são encontrados exemplos desta diversificação que vem conciliando custos e ajudando a pequena propriedade a ser rentável dentro do sistema de cooperativismo.  O criador José Luiz da Silva tem oito vacas que produzem 100 litros de leite por dia. Na divisão dos piquetes, a pastagem faz vizinhança com cinco hectares de café.

As propriedades que conciliaram os dois produtos foram as de pecuaristas que adotaram a cafeicultura como uma segunda atividade. A grande vantagem está na renda mensal do leite que ajuda na manutenção dos cafezais até chegar a hora da colheita.

— Tem grande propriedade que está aumentando a produção de leite para que a renda possa pagar a folha de pagamento do café — diz o extensionista Ademar Ávila Júnior.
Na comunidade de Santo Antônio do Quebra Anzol, Roni Francisco Vieira investe na pecuária leiteira desde 1980 e nos últimos três anos resolveu produzir café. Ele plantou 10 mil pés e já planeja dobrar a área no ano que vem.

O agricultor tem 26 vacas e uma produção de 480 litros por dia.  Os dejetos com o esterco viram adubo para a lavoura de café, em um ambiente onde se encontra até um ninho de tico-tico, entres os grãos verdes no cafezal. O produtor está confiante na aposta que fez de diversificar em duas atividades bem diferentes.

Na propriedade, há também uma plantação de cana-de-açúcar que vai para a alimentação da vacada. O produtor já pensa em um terceiro produto nesta combinação do café com leite.

— Vou produzir cachaça, leite e café. Só não pode dirigir depois de tomas essa mistura — se diverte o agricultor.