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 | 03/12/2009 15h19min

Aumento no padrão de chuvas precisa ser estudado, diz diretor de Furnas

Segundo Cezar Zani, caso seja detectado aumento dos índices pluviométricos, próximo passo será rever o sistema de isolamento das torres de alta tensão

O aumento das chuvas em algumas regiões do país deve ser estudado para evitar novos blecautes como o do último dia 10 de novembro. Essa é a opinião do diretor de Comercialização de Energia de Furnas, Cezar Zani.

— A mudança climática está sendo muito discutida. Existem posicionamentos divergentes, mas o fato é que tem que ser investigado, tem que ser analisado. Acredito que realmente tem que se investigar essa questão de aumento de chuvas — afirmou Zani ao sair de audiência pública nas comissões de Assuntos Econômicos e Serviços de Infraestrutura do Senado nesta quinta, dia 3.

De acordo com ele, caso seja detectado aumento dos índices pluviométricos, o próximo passo será rever o sistema de isolamento das torres de alta tensão. Os isoladores funcionam para não permitir que os cabos de alta tensão eletrifiquem toda a torre, além de evitar curtos-circuitos. Atualmente, a norma brasileira determina que esses equipamentos devem atuar dentro de um padrão de chuvas de até um milímetro por minuto. A norma também pode precisar ser revista, caso se confirme mudanças nos índices pluviométricos.

— Furnas já vem investigando soluções. Nós contratamos o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) para investigar isso. Então estamos analisando distância de escoamento, a possibilidade de usar uma graxa de silicone ou um produto chamado RTV. Alguns [testes] foram bem sucedidos outros não — afirmou o diretor de Furnas.

Até o momento, a melhor opção encontrada para evitar que as chuvas intensas diminuam a suportabilidade dos isoladores foi um equipamento conhecido como chapéu chinês. Ele atua como um guarda-chuva sobre o isolador, impedindo que a água escorra por ele formando uma película condutora de eletricidade.

— A gente torce que a experiência com o chapéu chinês seja bem sucedida, porque ele é de implementação fácil e rápida, além de ser barato — explicou Zani.

Segundo ele, estão sendo feitos testes no Cepel para ver o desempenho do equipamento antes de colocá-lo nas torres.

O diretor de Furnas também afirmou que não tem nenhum receio de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) penalize a companhia pelo blecaute que deixou 18 Estados sem energia.

— Nenhum equipamento de Furnas falhou, tudo funcionou dentro das normas. Não há nenhum risco de a Aneel penalizar a empresa por alguma falha nos equipamentos — concluiu Cezar Zani.

AGÊNCIA BRASIL
 
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