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 | 30/04/2003 17h56min

Menem e Kirchner buscam apoios para segundo turno na Argentina

Kirchner sai na frente e consegue apoios da esquerda e de trabalhadores

A corrida para chegar à Presidência da Argentina começou nesta quarta, dia 30, com a batalha dos dois candidatos peronistas que disputarão o segundo turno, Carlos Menem e Néstor Kirchner, para conseguir votos entre os partidos que deram adeus à eleição no domingo.

De acordo com o levantamento feito pela consultora OPSM, Kirchner tem 65,4% das intenções de voto, e Menem, 12,8%. O governador da província de Santa Cruz também largou na frente em relação aos apoios. Ele já garantiu o voto da esquerdista Elisa Carrió, que ficou no quarto lugar no primeiro turno, e de centrais de trabalhadores argentinos.

O ex-presidente Menem, que conseguiu 4,7 milhões de votos e ficou em primeiro lugar, agora tem que seduzir uma boa parte do eleitorado de classe média que não o vê com bons olhos depois de uma década no poder, quando explodiram dezenas de escândalos de corrupção.

Com essa pesada tarefa, Menem partiu para a província andina de San Luis para visitar o peronista Adolfo Rodríguez Saá, que ficou em quinto lugar no primeiro turno, mas que poderia contribuir com 2,7 milhões de votos, especialmente da classe baixa. No entanto, Saá está enigmático quanto o apoio a qualquer um dos candidatos.

Menem vai oferecer a Saá cargos, mesma oferta apresentada ao governador da província de Santa Fe, Carlos Reutemann. Segundo os analistas, Menem está em pior posição que Kirchner para o segundo turno, devido à sua imagem negativa que se soma à manifestação dos líderes de outros partidos que ficaram em terceiro e quarto lugar nas eleições contra as idéias propostas de Menem.

Kirchner, enquanto isso, chegará esta tarde em Buenos Aires depois de descansar na província de Santa Cruz, recomeçando sua campanha. O candidato se reunirá com os prefeitos do centenário partido da União Cívica Radical (UCR), que no domingo teve o pior resultado eleitoral de sua história, ao conseguir apenas 2,3% dos votos.

Segundo um comunicado do comando da campanha de Kirchner, os 658 prefeitos do partido lhe darão apoio. Apesar dos números, não parece um apoio importante, mas a UCR possui uma ampla rede montada em todo o país ao longo de mais de 100 anos de história.

Kirchner chegou ao segundo turno graças ao apoio do inimigo número um de Menem, o presidente Eduardo Duhalde, que foi governador por oito anos do distrito de Buenos Aires. Duhalde e Menem se enfrentam desde que o atual presidente acusou o ex de colocar pedras no caminho das eleições à Presidência em 1999, que Duhalde perdeu para Fernando de la Rúa.

Os mercados ainda estão avaliando Kirchner. A aposta dos investidores era um segundo turno entre Menem, o preferido, e o economista liberal Ricardo Lopez Murphy, que ficou em terceiro lugar nas eleições e se negou a dar apoio a qualquer um dos candidatos.

O novo cenário, com Kirchner e Menem no segundo turno, obriga os investidores a buscar pistas nas idéias do governador de Santa Cruz, que iniciou sua campanha com um discurso muito duro contra o Fundo Monetário Internacional (FMI), organização com a qual o próximo presidente deverá negociar um novo acordo de ajuda financeira.

Com informações da agência Reuters.


 
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