O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, fez uma visita surpresa ao Iraque nesta quarta, dia 30, para saudar a derrota de Saddam Hussein, no momento em que a violência ressurgia em um protesto anti-americano a oeste de Bagdá.

Moradores de Falluja, a 50 quilômetros da capital, disseram que soldados dos EUA mataram a tiros duas pessoas durante uma manifestação nesta quarta. Treze pessoas já haviam sido mortas na cidade durante um ato na noite da última segunda, dia 28. O major norte-americano Michael Marti disse que um comboio respondeu ao fogo depois de ter sido atingido por tiros vindos de uma multidão perto de um posto de comando. Ele disse que os soldados contaram dois iraquianos "potencialmente'' feridos. Alguns moradores disseram acreditar que quatro pessoas foram mortas e afirmaram que os manifestantes estavam desarmados.

A violência em Falluja foi um golpe à visita de Rumsfeld, que chegou a Bagdá após passar por Basra, no sul do Iraque, onde parabenizou as tropas britânicas que ajudaram as forças dos EUA a derrubar Saddam.

– Quando se olha para este esforço, acho e rezo para que seja significativo que um grande número de seres humanos, inteligentes e energéticos, tenha sido liberado – disse Rumsfeld.

Em um discurso ao povo iraquiano gravado em um dos salões de um palácio de Saddam Hussein em Bagdá, Rumsfeld pediu a ajuda da população na caça aos partidários de Saddam e aos combatentes estrangeiros e disse que as forças dos EUA tentavam restaurar serviços essenciais.

– Deixe-me ser claro: o Iraque pertence a vocês. Não queremos governá-lo. Nossa coalizão veio aqui o objetivo de retirar o regime que oprimiu o seu povo e ameaçou o nosso – afirmou, acrescentando que os EUA permanecerão no país o tempo que for necessário para ajudar os iraquianos a formarem um governo.

A visita de Rumsfeld não havia sido anunciada e acontece sob forte esquema de segurança. Ele chegou ao Iraque após passagem pela Arábia Saudita, onde anunciou que Washington encerrará suas operações militares no reino. Rumsfeld deverá inspecionar o progresso da reconstrução do Iraque pós-guerra, apesar de algumas cidades ainda não estarem sob controle absoluto dos EUA.

As informações são da agência Reuters.