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 | 01/12/2009 19h20min

Escassez de soja no hemisfério sul mantém prêmios positivos no porto

Demanda chinesa é apontada pelos analistas de mercado como o principal fator de sustentação dos preços

Mitchel Diniz | São Paulo (SP)  |  mitchel.diniz@canalrural.com.br

O aumento nos preços internacionais da soja diminui o prêmio pago ao produtor no porto, mas os valores mantêm sinal positivo. Em Paranaguá, os mais altos oscilam em torno de U$0,50/ saca (fevereiro de 2010) e U$0,40/ saca (março de 2010). A indicação para os meses de junho e julho do ano que vem chegou ao piso de U$0,01/ saca, mas continuam no azul.

– Há certa escassez no suprimento (da soja). A China compra o que a Argentina não exportou, o que o Brasil deixou de exportar – afirmou Liones Severo, diretor-geral da Chinatex no Brasil, em entrevista ao programa Mercado e Cia nesta terça, dia 1º.

– Isso mantém prêmios positivos, principalmente na Argentina – completa.

A demanda chinesa é apontada pelos analistas de mercado como o principal fator de sustentação dos preços da oleaginosa.

– A China já tomou posições no Brasil para fevereiro, março, abril e maio do ano que vem – reforça Severo, desmentido boatos de que o país deixaria de importar para dar prioridade à safra local.

– Essas informações estão distorcidas, os chineses precisam importar – explica.

Além da China, a soja produzida do hemisfério sul deve atender à demanda da Índia e de países da Europa.

Máximas

O diretor da importadora Chinatrex no Brasil também fez previsões positivas para o preço da soja que, segundo ele, “devem oscilar entre U$9,00/ bushel e U$12,00/ bushel, com volatilidade”. Liones Severo diz que os preços atuais, que estão na casa dos U$10,00/ bushel, devem subir ainda mais e encontrar um “pico” com a entrada da safra no hemisfério sul.

– Nos últimos 40 anos, o mercado nunca fez suas máximas em dezembro, é sempre em fevereiro e março. Não há registro de que os preços de hoje sejam os maiores até a colheita – conclui.

Mas Luiz Felipe Vilera, da Gradual Investimentos, lembra que a entrada da safra também pode depreciar os preços.

– Com a desova do produto no mercado, na medida em que os embarques programados forem atendidos pode haver uma recaída – ressalva o operador.

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