Leandro Fontoura  |  leandro.fontoura@zerohora.com.br

Um dos maiores algozes do PT durante o escândalo do mensalão, o presidente estadual do DEM, deputado federal Onyx Lorenzoni, prega uma ação firme do partido no caso de corrupção envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Vice-presidente do DEM nacional, Onyx diz que a legenda não pode “empurrar o caso com a barriga”.

Zero Hora – O senhor é a favor da expulsão de Arruda do DEM?

Onyx Lorenzoni – Vejo esse caso com muita tristeza. Os fatos são muito graves e documentados. O partido, que tem tido uma posição muito firme no enfrentamento dos adversários, não pode vacilar agora.

ZH – PSDB, PT e agora DEM foram flagrados pagando mesada a políticos. Essa prática é comum entre os democratas?

Onyx – Não. Estou indignado com essa situação. Não consigo entender a razão para fazer isso (comprar o apoio de aliados).

ZH – Como um dos maiores críticos do mensalão no governo Lula, o senhor está decepcionado com o seu partido?

Onyx – Eu me cobro coerência. Eu apontei o dedo. Estou triste porque luto para construir um partido que quer distância de atos de corrupção. Tenho a honra de dirigir o DEM no Rio Grande do Sul, que é um partido que deu um dos raros exemplos nos últimos 20 anos de coerência política. Falo da ocupação de cargos no governo do Estado, que é um eufemismo para fisiologia.

ZH – O escândalo respinga no DEM gaúcho?

Onyx – Não tem como. Temos uma história de lisura.

ZH – É mais grave colocar dinheiro na cueca ou nos bolsos e meias?

Onyx – Esse cara que colocou dinheiro na meia tem de ser expulso imediatamente pelo partido. Não tem outra alternativa. Se tivemos a capacidade de apontar os erros dos outros, temos de coerência quando o erro acontece dentro do partido. O discurso que as pessoas compreendem é o ato concreto.

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