| 30/11/2009 03h22min
José Roberto Arruda, governador do Distrito Federal, é o sobrevivente do escândalo da violação do painel eletrônico do Senado, em 2001. Renunciou para escapar da cassação e se elegeu deputado pedindo perdão aos eleitores com o argumento de que “cometera um erro”, mas “não roubara nem matara”. Cinco anos depois, foi eleito governador.
Em entrevista à revista Veja, em julho, intitulada “Ele deu a volta por cima”, Arruda disse que é “impossível governar sem fisiologismo”. Quando questionado sobre qual era é o seu limite em relação à fisiologia, ele respondeu:
– É o limite ético. É não dar mesada, não permitir corrupção endêmica, institucionalizada. Sei que existe corrupção no meu governo, mas sempre que eu descubro há punição.
Em 2001, acusado de quebrar o sigilo do painel do Senado para saber quais tinham sido os senadores que votaram pela cassação do mandato do ex-senador Luiz Estevão, o Arruda, que integrava a bancada de senadores do PSDB, subiu à
tribuna do plenário e jurou por seus
filhos que era inocente.
Dias depois, diante das evidências, voltou ao plenário e admitiu a culpa, renunciando ao mandato logo em seguida.
Ontem, como hoje, também disse que era vítima de linchamento covarde em um jogo de cartas marcadas, e tentou diminuir sua responsabilidade dizendo que “tinha cometido um grande erro”, mas não tinha cometido um crime.
– Não matei, não roubei e não desviei recursos públicos – disse o então senador, em discurso no qual chegou às lágrimas.
No ano seguinte, em 2002, Arruda se lançou candidato a deputado federal. Pediu desculpas à população nas propagandas políticas.Visitou casas de eleitores, chegando e pedir licença para tomar banho ou tirar uma soneca. Foi o deputado proporcionalmente mais votado do Brasil.
Na eleição seguinte, de 2006, foi eleito governador do Distrito Federal no primeiro turno, com 50,38% dos votos válidos.
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