| 29/11/2009 11h25min
As inundações que atingem vários departamentos uruguaios geraram hoje dificuldades e atrasos na abertura de colégios eleitorais. Nos departamentos de Salto, Paysandu, Treinta y Tres e Soriano, as águas impediam a passagem para a área de votação, informou o ministro da Corte Eleitoral, Edgardo Martínez Zimarioff. Em alguns casos, foi preciso recorrer a helicópteros para a transferência das urnas, e dos funcionários públicos e da Corte encarregados de seu funcionamento.
O Ministério da Defesa Nacional e a Força Aérea Uruguaia colocaram a serviço da Corte sete helicópteros, incluindo o aparelho usado pelo presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, para seus deslocamentos internos.
Em Montevidéu, onde reside aproximadamente a metade dos 2.563.285 convocados a votar em eleições com voto obrigatório, há ameaça de chuva. A Direção Nacional de Meteorologia emitiu um alerta laranja para o final do dia e previu fortes chuvas, ventos que podem chegar a 100 km/h e granizo para a
maior parte do território
uruguaio.
As urnas do segundo turno das eleições abriram às 8h e permanecerão abertas até as 19h30min, com a possibilidade de que o horário de recepção de votos se estenda por mais uma hora, caso, no momento do fechamento, haja fila de eleitores.
Um total de 2.563.285 uruguaios foi convocado a votar em eleições com voto obrigatório. O candidato da governante coalizão de esquerda Frente Ampla, o senador e ex-líder guerrilheiro José Mujica, é o favorito a vencer frente ao ex-presidente Luis Alberto Lacalle, do conservador Partido Nacional. Os dois foram os mais votados no primeiro turno das eleições, realizado em 25 de outubro.
A Frente Ampla ganhou então com 48% dos votos, mas não conseguiu superar os 50% para ganhar a Presidência no primeiro turno, como exige a legislação uruguaia. O Partido Nacional obteve 29% no primeiro turno, mas as possibilidades ficaram um pouco mais equilibradas, porque o Partido Colorado, que alcançou 18% dos votos em
outubro, apoia Lacalle.
Mujica,
de 74 anos, ex-líder histórico do antes guerrilheiro Movimento de Libertação Nacional (MLN-Tupamaros), chegou a seu colégio eleitoral pouco antes da abertura às 8h, e esperou alguns minutos antes de votar.
Em meio a um grande esquema de segurança e uma situação caótica, devido às centenas de simpatizantes e jornalistas que se concentraram no lugar, Mujica disse que votava "pensando em alguns que não estão mais", em referência a companheiros de causa que já morreram.
O candidato anunciou que passará o dia "tranquilo" em sua chácara na zona de Cerro de Montevideo, e por volta do final do dia se juntará com o candidato à vice-presidência, Danilo Astori, em um hotel de Montevidéu, para conhecer os resultados.
Antes de voltar para casa, Mujica acompanhou a esposa, a senadora Lucía Topolansky, que foi votar no bairro de Pocitos.
Lucía, por ser a senadora mais votada, será a responsável por tomar o juramento de Mujica como presidente
em 1º de março de 2010, caso se confirme nas
urnas o seu favoritismo.
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