| 26/11/2009 09h11min
A China anunciou hoje que se comprometerá a reduzir entre 40% e 45% a intensidade energética (emissão de dióxido de carbono por unidade de PIB) em 2020 em relação aos níveis de 2005. Entre 2006 e 2010, o governo chinês tinha se comprometido a reduzir esta intensidade energética em 20% — o que equivale, segundo especialistas, a 1,5 bilhão de toneladas de CO2 —, por isso o novo compromisso, que chega 10 dias antes da cúpula sobre o clima em Copenhague, representa dobrar os esforços do país mais poluente do mundo junto aos EUA.
Em comunicado através da agência oficial Xinhua, o Conselho de Estado (Executivo) afirmou que o compromisso "é uma ação voluntária do governo chinês, levando em conta suas atuais condições nacionais" e qualificou de "grande contribuição à luta internacional contra a mudança climática".
A intensidade energética é um conceito um pouco mais vago que uma redução concreta de emissões, o que permite ao governo chinês uma maior margem de manobra, e
também não está claro se
Pequim alcançará em 2010 esse objetivo de 20% que tinha prometido em seu Plano Quinquenal.
O anúncio da China ocorre após um ano de negociações, especialmente com os EUA, para que o país asiático assumisse mais compromissos na luta contra a mudança climática, apesar de, por ser um país em desenvolvimento, não ser obrigada a reduzir emissões, de acordo com o Protocolo de Kioto.
O presidente da China, Hu Jintao, já tinha antecipado em setembro que a China reduziria sua intensidade energética na próxima década "em uma longa margem", mas o número concreto tinha sido uma incógnita até hoje.
Minutos antes do anúncio da nova percentagem, o Ministério de Assuntos Exteriores tinha informado que o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, liderará a delegação chinesa que participará da cúpula sobre mudança climática que acontecerá na capital dinamarquesa entre os dias 7 e 18 de dezembro.
A presença de Wen "mostra a grande importância que o
governo chinês dá à mudança climática e sua
vontade política de trabalhar com a comunidade internacional neste assunto", disse o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês, Qin Gang.
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