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 | 26/11/2009 07h34min

Pesquisadores criam papel feito de plástico

Produto é mais barato, resistente e ecológico

Um papel que não molha, não rasga e não exige o corte de nenhuma árvore para ser fabricado. Essa era a ideia de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, ao estudar um novo produto: mais barato, resistente e ecológico.

A principal diferença desse papel é que ele tem o plástico como matéria-prima. Isso mesmo: papel de plástico. Com ele, pode ser produzido tudo que é produzido com o papel comum: cadernos, revistas, banners, talões de cheque ou livros.

O novo produto utiliza pelo menos 80% de plástico reciclado na sua fabricação. O ganho não é apenas ambiental, com a redução dos danos causados pelo descarte do lixo. A economia na substituição da matéria-prima virgem por resíduos recicláveis torna o produto mais barato.

– O papel sintético substitui várias aplicações do papel comum, o que diminui o corte de árvores e o consumo de água e de produtos químicos usados no beneficiamento da celulose – afirma a coordenadora do produto, a engenheira de materiais Sati Manrich.

A família Müller, de São Paulo, aproveitou a novidade. O casal Luciana e Ronny e o filho Matheus buscavam uma alternativa ecológica para publicar em livro as aventuras de 10 anos de viagens pelo Brasil e pelo mundo. Depois de muita pesquisa, encontraram no produto o que procuravam. O livro Para Onde Nós Vamos? Os Roteiros de Viagem da Família Müller, um guia com 17 dicas de viagem, foi totalmente fabricado com papel sintético.

– A nossa família sempre buscou a preservação do ambiente. Na hora de lançar o livro, pensamos em papel reciclado, mas ficaria muito caro. Quando descobrimos o papel sintético, tivemos um resultado melhor do que o esperado com o custo de um livro impresso em papel comum – conta Luciana.

Para viabilizar a produção em larga escala, a UFSCar firmou parceria com uma empresa paulista, que aprimorou a tecnologia. A Vitopel também buscou convênio com cooperativas e empresas de reciclagem espalhadas pelo Brasil. Além disso, a empresa reaproveita também os seus próprios resíduos industriais de plástico.

– É um avanço tecnológico que abre uma nova frente no mercado, mais sustentável e preocupada com o ambiente – comemora o diretor comercial da Vitopel, Dirceu Varejão.

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