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 | 19/11/2009 18h56min

CNI diz que medidas para conter desvalorização do dólar são insuficientes

Para alguns especialistas, entretanto, alta do real não é exagerada

Atualizada às 20h05min Renata Maron | São Paulo

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que as medidas anunciadas pelo governo para conter a desvalorização do dólar são insuficientes. Segundo a CNI, o setor de exportações está perdendo competitividade no Exterior. Já alguns analistas acreditam que a valorização do real não está exagerada.

Com a desvalorização da moeda norte-americana, a indústria do vestuário deve perder em torno de US$ 150 milhões neste ano. A previsão é da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest). O presidente, Roberto Chadad, reclama que o dólar baixo faz o produto brasileiro ficar mais caro lá fora. Para ele, o que o governo tem feito para resolver o problema do câmbio é insuficiente.

– Parece que o governo não está muito preocupado com isso. Só que nós estamos preocupados porque não estamos conseguindo colocar o produto lá fora.

Durante evento realizado nesta quinta, dia 19, em São Paulo, a CNI fez um alerta sobre os efeitos do câmbio nas empresas exportadoras. A confederação diz que está cada vez mais difícil inserir produtos e competir no Exterior. Segundo a entidade, um câmbio ideal para manter a competitividade seria de R$ 2,60. Por isso, defende uma adequação da legislação cambial.

– Nós temos que atualizar a nossa legislação cambial, modernizando ela, adequando à nossa realidade e temos também que desonerar os tributos sobre as exportações – defende o diretor de Operações da CNI, Rafael Lucchesi.

Apesar da reclamação dos empresários, alguns especialistas acreditam que a valorização do real tem justificativa, porque o fenômeno também ocorre com outras economias.

A Consultoria Tendências comparou o real com moedas de países semelhantes ao Brasil, onde as commodities têm um impacto importante na balança comercial. São eles: África do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Chile e Noruega. O estudo avaliou o período de 2000 a 2009. Na média, esta cesta de moedas teve alta de 27% em relação ao dólar, enquanto o real valorizou 24%.

Somente este ano, com o desconto da inflação do período, a moeda brasileira também valorizou 24%, enquanto na Nova Zelândia e na Austrália a alta foi de mais de 29%.

– É um indicador de que o movimento do real não é descolado do movimento generalizado e global de moedas contra o dólar – afirma o consultor João Pedro Ribeiro.

O analista concorda que os exportadores têm faturado menos com o real mais valorizado. Mas ele acredita que não é só o câmbio que dificulta a competitividade do Brasil no Exterior.

– A gente pode citar o custo Brasil, o custo trabalhista, a carga tributária muito elevada. Isso são coisas também que tendem a encarecer o produto brasileiro, assim como o câmbio dificulta as exportações nacionais.

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