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 | 18/11/2009 03h58min

Pressão faz Argentina negociar

No cardápio de hoje, em Brasília, presidentes devem chegar a acordo sobre impasse comercial

Lúcia Ritzel  |  lucia.ritzel@zerohora.com.br

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, passará esta quarta-feira em Brasília negociando com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma forma de resolver os conflitos comerciais, que voltaram a surgir entre os sócios do Mercosul por causa de barreiras mútuas aplicadas às importações.

No almoço, o cardápio trará as licenças não automáticas, que atrasam as importações nos dois lados da fronteira, adotadas há mais de um ano pela Argentina e, desde a metade de outubro, também pelo Brasil. Os dois presidentes se reunirão primeiro a portas fechadas, para tratar de vários temas da agenda bilateral. O encontro é o quarto, no âmbito do Mecanismo de Integração e Coordenação Brasil-Argentina, que tem por objetivo assegurar o acompanhamento dos temas de cooperação estratégicos para os dois países. Mas a questão das licenças não automáticas deve dominar a reunião. Primeiro, porque traz maiores complicações para a Argentina, dona de uma economia mais problemática, e, em segundo, no Brasil, há filas de caminhões nas fronteiras.

Demora na reação é criticada, mas é esperado avanço

As licenças tomaram sentido de urgência para a Argentina depois da mudança de postura do Brasil, que chegou a anunciar a adoção da medida em janeiro, mas voltou atrás. Foi só em meados de outubro que o governo, passou a exigir o documento que, na prática, retarda o ingresso de produtos argentinos no mercado doméstico.

– Até paciência estratégica tem limites – diz o ex-embaixador Rubens Barbosa, para quem a reação demorou.

No próprio quintal, o Brasil é criticado, em especial pelos empresários e exportadores, por ser excessivamente complacente com atitudes protecionistas do vizinho. Barbosa lembra que a falta de uma reação brasileira, além da generosidade demasiada, permitiu que a China e outros asiáticos aumentassem participação no mercado argentino, enquanto produtos brasileiros eram barrados por medidas protecionistas.

Não se sabe exatamente o que Cristina Kirchner traz na bagagem para negociar com Lula. Espera-se que a reação brasileira – que os argentinos chamam de retaliação – resulte em algum avanço. Hoje, mercadorias brasileiras aguardam, em alguns casos, até 300 dias pelas licença, informa o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro:

– A Argentina está perdendo mais. Então, é provável que sejam acertadas medidas para atenuar o problema.

 
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