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 | 17/11/2009 19h18min

Produtores de milho do Paraná ainda enfrentam problemas com o preço baixo

Motivo é desvalorização do dólar

Atualizada às 20h10min Katia Baggio | Londrina (PR)

O Paraná é o maior produtor de milho do Brasil. Alem da alta produtividade, está mais próximo dos centros consumidores o que facilita a comercialização. Mesmo assim, a situação do produtor nesta safra preocupa.

O preço atual na região de Londrina é de R$ 15,30 por saca, valor que fica abaixo do mínimo estabelecido pelo governo que é de R$ 16,50. Enquanto isso, na bolsa de Chicago os preços sobem. A valorização na safra americana deste ano, em relação ao período anterior, foi de 72% em dólares. O bushel, que antes era comercializado por menos de US$ 3, agora fica em torno de US$ 4,30.

O problema é que o real valorizado impede que o Brasil possa aumentar as exportações de milho e o agricultor continua com preços baixos no mercado interno. Na opinião do produtor Edison Ponti, o importante é ter o controle sobre o custo de produção. A partir disso, outra saída é travar o preço na bolsa, com as ferramentas de mercado futuro.

— Vamos supor que a soja em março não tenha atingido o custo de produção dele. E o milho esteja com o preço bom ele então planta mais milho, ou planta somente milho. Ou o inverso, planta somente soja porque ao fazer isso ele vai proporcionar também ao mercado, à medida que o mercado começa a sentir que o produtor vai produzir menos, aumenta o preço ou diminuiu o preço. Então, de maneira dupla ele se defende — diz Ponti.

Em mais uma etapa do programa BM&F Bovespa Vai ao Campo, foram reunidos os produtores do norte do Paraná. Muitos ainda não utilizam o mercado futuro, mas a expectativa melhorou depois que a bolsa lançou novos contratos para o milho. A modalidade agora permite a liquidação financeira dos contratos, sem obrigação de entrega física. Os diretores da bolsa lembraram ainda que outra vantagem é escapar da tributação interestadual, um dos problemas na comercialização do milho. Para o presidente do Sindicato Rural de Cornélio Procópio, muitos produtores ainda têm preconceito com a operação em bolsa, situação que pode mudar.

— Quando se fala em bolsa, imediatamente se pensa em especulação e o produtor tem essa imagem também de que participar da bolsa de valores é participar de uma especulação, de um jogo, quando na realidade não é isso. Ele tem condições de travar sua produção, de vender suas commodities antecipadamente num pico, numa hora para outra de preço, sem fazer nenhuma especulação — conclui o presidente do Sindicato Rural de Cornélio Procópio, Floriano José Leite Ribeiro.

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