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 | 28/04/2003 17h22min

Governo estuda empréstimo de até US$ 600 milhões à Bolívia

Lula e Lozada também discutiram valor cobrado pelo gás boliviano

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gonzalo Sánchez de Lozada, da Bolívia, reuniram-se nesta segunda, dia 28, para definir questões referentes ao gás importando pelo Brasil. Um financiamento de US$ 600 milhões para financiar obras de infra-estrutura na Bolívia poderá ser aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A verba destinada ao país vizinho beneficiará o Brasil, que a partir da construção de gasodutos poderá receber o combustível boliviano.

– A Bolívia tem especial interesse na questão da infra-estrutura – disse Lozada em seu discurso no Itamaraty. Ele destacou que as novas hidrovias "são a nossa esperança de sair ao mar".

O BNDES analisará o financiamento em conjunto com a Corporação Andina de Fomento (CAF).Já o cancelamento da dívida da Bolívia com o Brasil deverá ocorrer em maio, depois dos entendimentos das equipes econômicas dos dois países.

A viabilidade técnica e econômica para a conversão de gás natural em gás de cozinha e energia elétrica também pautou a reunião entre os presidentes e ministros. O projeto seria possível a partir da  instalação de um pólo petroquímico binacional na região da fronteira.

Além disso, os dois presidentes assinaram acordo que vai permitir a construção de ponte entre as cidades de Cobija, na Bolívia, e Brasiléia, no Acre. Lula e Lozada pretendem concluir obras de ligação rodoviária entre as duas nações. 

Outro tema abordado foi a urgência de uma zona de livre comércio entre a Comunidade Andina e o Mercosul. No Palácio do Itamaraty, a Bolívia se comprometeu a apoiar a inclusão do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O presidente brasileiro agradeceu a confiança na sua atuação e declarou a necessidade de reforma na ONU, principalmente depois do conflito no Iraque.

– O Brasil não irá envergonhar nenhum país da América do Sul – declarou Lula, ao mencionar uma possível aprovação do país no Conselho das Nações Unidas.

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, participaram dos debates entre os estadistas a respeito do valor cobrado pelo gás boliviano. Os presidentes afirmam no documento conjunto divulgado após o encontro que o acordo de compra e venda não apenas vai continuar, como é "longo prazo". No entanto, o Brasil pretende renegociar o preço do produto.

Medidas de combate ao tráfico de drogas nas fronteiras estiveram entre os assuntos tratados pelos dois países, que firmaram acordo para coibir as ações criminosas. A possibilidade de restituição de veículos roubados ou furtados ainda está em fase de acertos. Lula quer facilitar o acesso da Bolívia às informações geradas pelo Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).

Este é o terceiro encontro entre o Lula e presidentes da América Latina no mês de abril. Semana passada, o venezuelano Hugo Chávez esteve no Brasil para discutir os avanços nas tratativas sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Já o peruano Alejandro Toledo tratou, no dia 11, da construção de uma ponte que ligará os municípios de Assis Brasil, no Acre, e de Iñapari, no Peru. Lula deverá encerrar no dia 27 de maio,o ciclo de encontro com governantes da América do Sul.

As informações são da Agência Brasil.

 
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