| 03/11/2009 09h05min
O primeiro chip 100% brasileiro para rastreabilidade bovina entrará, nesta semana, na fase final de testes antes de começar a ser produzido em larga escala. Desenvolvido pelo Centro de Excelência em Tecnologia Avançada (Ceitec) de Porto Alegre (RS), ele será testado em animais da Fazenda Experimental Santa Rita, no município de Prudente de Morais, em Minas Gerais.
Os ministros Sergio Resende, da Ciência e Tecnologia, Reinhold Stephanes, da Agricultura, e Dilma Rousseff, da Casa Civil, além do governador de Minas, Aécio Neves, participarão do lançamento da fase de testes em campo na quinta, dia 5, às 10h. A identificação eletrônica possibilita o acompanhamento de informações genéticas, zootécnicas e sanitárias de cada animal, desde o nascimento até o abate.
O sistema de rastreabilidade desenvolvido pelo Ceitec conta com um software de banco de dados, um coletor e um brinco que contém um chip e uma antena. Para colher os dados do animal, basta aproximar um bastão com um leitor do chip, preso na orelha. As informações são repassadas a um computador por meio de cabo ou rádio. Cada leitor tem capacidade de armazenar até sete mil dados.
A rastreabilidade vem sendo cada vez mais exigida por países compradores de carne. No início de 2008, a União Europeia embargou as importações de carne bovina brasileira devido a falhas no sistema de controle nacional e até hoje, um ano e meio depois, não retomou as compras no mesmo volume de antes do embargo.
O Ministério da Ciência e Tecnologia divulgou uma nota, onde explica a estratégia de utilização do chip.
– O chip do boi faz parte da estratégia nacional de desenvolver um padrão brasileiro de rastreabilidade e, a partir daí, estimular a criação de um mercado comprador.
O chip nacional deve ter o preço como grande diferencial aos pecuaristas, na medida em que eliminará o pagamento da validação no exterior e de royalties.
O país tem cerca de 200 milhões de cabeças de gado bovino, segundo dados do Ministério da Agricultura, e é o maior exportador mundial de carne. As exportações do setor ultrapassam R$ 2 bilhões.
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