O excesso de chuva registrado nos últimos meses no Sul, Sudeste e Centro-oeste do país, segundo os meteorologistas, faz parte do passado. Com a diminuição da intensidade do El Nino, a previsão é que as chuvas voltem à normalidade. No entanto, a possibilidade de ocorrer veranico não está descartada.

O El Nino, fenômeno que provoca o aquecimento de águas no Pacífico e o excesso de chuva no centro-sul do Brasil, está perdendo força. Com essa mudança no padrão, a previsão dos meteorologistas é de que a precipitação pluviométrica volte à normalidade da média histórica já neste mês.

— De uma forma, o fenômeno é favorável à agricultura. Nós estamos num período de plantio e início do desenvolvimento das culturas e elas precisam de precipitação, porém a precipitação não pode ser muito intensa — explica o meteorologista do Inmet, Mozar Salvador.

Porém, em um país de dimensões continentais como o Brasil, o que é bom para uma região pode ser ruim para outra.

— Nós observamos, agora, em outubro, quando fechamos o mês no oeste do Rio Grande do Sul, um acumulado de chuvas de todo o ano de 2009, que oscila entre 800 e 900 milímetros. Isso ainda representa um déficit de chuva em torno de 400 a 500 milímetros e essa falta de chuva, mesmo com a presença do El Nino já preocupa os produtores de arroz da região — avalia o meteorologista do Instituto Somar Paulo Etchichury.

Já o especialista em agrometeorologia da Universidade de Brasília Carlos Alberto Oliveira acredita que o excesso de chuva, registrado nos meses anteriores nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, pode ser prenúncio de veranico, principalmente, para o mês de dezembro.

— Quando chove mais num determinado período, em um determinado mês é possível um pouco mais pra frente, no mês seguinte, haver uma redução na média de outros meses. Então, pode acontecer não necessariamente que vai acontecer veranico. De 15 a 20 dias sem chuva e quem produz pode ter dissabores de ver a sua produção reduzida — finaliza o especialista.