Apesar do atraso na produção, o setor sucroalcooleiro garante que tem condições de abastecer o mercado até o final deste ano. A garantia foi dada ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que participou nesta quarta, dia 28, em Brasília, de encontro com representantes das indústrias de álcool.

Se por um lado o clima atrapalhou a moagem de cana-de-açúcar no segundo semestre do ano, a alta dos preços tem ajudado o setor a se recuperar. A União da Indústria da Cana-de-açúcar (UNICA) apresentou ao ministro um estudo que mostra as condições favoráveis para abastecer o mercado, mesmo com o atraso na produção. No início deste mês, Stephanes sinalizou a possibilidade de reduzir o percentual da mistura de álcool na gasolina, caso a situação se agravasse. Mas a medida foi descartada, quando o governo percebeu que o aumento do preço estava estimulando a produção do biocombustível.

O presidente da UNICA, Marcos Jank, acredita que é possível manter o mercado abastecido, por causa da queda nas exportações e da alta dos preços.

– O que nós entendemos é que existe um problema concreto causado pelo aumento das chuvas, a safra vai se alongar até o Natal. A safra do ano que vem vai começar mais cedo porque está sobrando cana. A melhora dos preços vai permitir que haja esse estímulo para que a produção de anidro ocorra. Nós achamos que mexer, nesse momento, na mistura pode dar um sinal errado para os produtores migrarem mais para o hidratado e aí ter mais problemas. Não deve mexer nas regras do jogo, salvo se houver um problema grave .

A expectativa das indústrias é que os preços continuem subindo até o final do ano e voltem a se regularizar somente em março de 2010, quando começa a nova safra. Até lá, o governo pretende fazer reuniões quinzenais com a cadeia produtiva da cana para monitorar o setor.