| 21/10/2009 13h36min
Depois de apresentado no Congresso o pedido de criação comissão parlamentar mista de inquérito criação (CPMI) que vai investigar o repasse de verbas para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST), ruralistas correm contra o tempo para garantir apoio. A oposição teme que, com a pressão do governo, parlamentares retirem as assinaturas necessárias para garantir a investigação.
A leitura foi feita nesta quarta, dia 21, pelo vice-presidente do Congresso, Marco Maia (PT-RS).
– Feita esta leitura, todas as senhoras e senhores parlamentares tem até as 24h de hoje para a apresentação de novas assinaturas ou retirada de assinaturas de parlamentares que por ventura queiram fazê-la – afirmou.
É a segunda vez que a oposição tenta criar a CPMI. Da primeira, houve retirada de assinaturas, o que não permitiu a leitura do requerimento. Agora, o Democratas – partido que recolheu as assinaturas – corre contra o tempo.
Os parlamentares têm até a meia-noite desta quarta, dia 21, para retirar os nomes. Ao todo, foram colhidas 185 assinaturas de deputados – 14 a mais que o mínimo necessário – e de 35 senadores, oito além do mínimo.
A pressão dos oposicionistas para que a CPI Mista investigue o repasse de R$ 115 milhões dos cofres públicos a entidades ligadas aos sem-terra provocou um embate entre defensores do movimento e ruralistas.
– O que está acontecendo aqui é a criação de uma CPI não contra só o MST, mas contra a Reforma Agrária no Brasil, criando uma CPI a favor do agronegócio e da monocultura para criminalizar os movimentos sociais no país – afirmou o deputado Ivan Valente (PSol-SP)
– Esse discurso raivoso do parlamentar que me antecedeu, sem nenhum dado consistente, tentando querer estigmatizar o produtor rural, é um discurso já ultrapassado, démodé, que realmente em nada condiz com a realidade do setor produtivo rural – retrucou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se procurou manter neutro sobre o assunto, mas disse que a derrubada de laranjais no interior de São Paulo por integrantes do MST reforçou os discursos pró-CPI.
– Me pareceu um excesso e causou repercussões – disse.
Durante todo o dia parlamentares do governo fizeram contato com os integrantes da base que assinaram a lista. O objetivo era estimular os colegas a desistirem da criação da CPMI.
Alguns se articulam para, caso a comissão seja instalada, garantir a presidência ou a relatoria. A oposição, por outro lado, preferiu concentrar energias em uma vigília para evitar desistências.
– Nós estamos mobilizados aqui para manter as assinaturas que temos e, inclusive, conseguir novas assinaturas, o que nos daria tranqüilidade – disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) .
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