O Dia Mundial do Pão, comemorado nesta sexta, dia 16, levou o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan-SP) a montar uma padaria em plena Praça da Sé. Na manifestação, foram distribuídos gratuitamente sanduíches, que consumiram 50 mil pãezinhos.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), nos últimos nove anos, o consumo de pães no país cresceu 27%, passando de 26 quilos para 33,5 quilos anuais por pessoa. Ainda assim, o consumo é quase a metade do recomendado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Para o presidente da Abip, Alexandre Pereira, essa evolução se justifica mais pela diversidade do tipo de produto que hoje é oferecido no comércio do que, simplesmente, por um aumento da renda da população.

– O pãozinho francês ainda é nosso carro-chefe, mas o que ajudou a impulsionar as vendas foi a variedade de opções, com itens voltados para quem faz dieta, para hipertensos ou para quem sofre de diabetes, e mesmo pães enriquecidos com cálcio, para crianças.

O fato de o consumo per capita brasileiro ser inferior ao da Argentina, cuja média anual é de 70 quilos, do Chile (90 quilos) e de países europeus (60 quilos) é uma questão cultural, disse Pereira. Para este ano, ele espera crescimento de 13% no faturamento, com a movimentação de cerca de R$ 50 bilhões, o que mostra melhora no ritmo, já que, em 2008, o setor cresceu 11%. Para 2010, a expectativa também é manter essa evolução, mas os percentuais ainda não foram calculados.

De acordo com Pereira, “o setor passou ao largo da crise financeira”, já que a condição econômica do Brasil permitiu que se contornassem os efeitos negativos. Ele disse que a oferta de trigo está regularizada. Apesar de o país depender das importações da metade do consumo anual desse grão, que atinge 10 milhões de toneladas, o fornecimento, conforme explicou, está em dia, sendo ainda favorecido pela estabilidade na cotação do dólar.

Para o empresário, o que tem ajudado a dinamizar os negócios é o novo conceito de gestão.

– Cada vez mais os pontos de venda vêm se tornando verdadeiros espaços-gourmet – disse ele, referindo-se às padarias onde os fregueses encontram, além dos pães, pizzas e serviços de café e chá, além de refeições como almoço e jantar.

No país todo, existem 64 mil padarias. No ano passado, o número de clientes cresceu 11% com o movimento de 40,4 milhões de pessoas.