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 | 15/10/2009 07h11min

Alunos do RS contam com o apoio de professores na preservação do meio ambiente

Projeto Bios Rural estimula preservação ambiental entre filhos de produtores do município de Taquara

Nestor Tipa Júnior / Porto Alegre (RS)

Professores de todo o Brasil, por muitas vezes, passam por diversas barreiras para poder levar ensinamentos aos alunos. E no meio rural os desafios se acentuam. É o caso da professora Luciana Michele Martins, que enfrenta uma jornada que começa cedo da manhã na Escola Municipal Menino Jesus, na comunidade de Morro Alto, localizada há 24 quilômetros do município de Taquara, no Rio Grande do Sul.

- Acordo às seis da manhã e chego às 7h15min na escola. Depois vou para o município de Parobé, e não tenho parada ao meio dia. Leciono até as 5h da tarde e volto para Morro Alto, onde temos escola de Educação de Jovens e Adultos. E chego em casa por volta da meia noite. Fora o trabalho que a gente leva para casa - conta Luciana.

Algumas propostas buscam estimular a integração entre professores, alunos e, também, com a comunidade. Criado há sete anos, o projeto de educação ambiental Bios Rural conta com 17 escolas rurais de educação infantil a ensino fundamental do município. As escolas envolvidas potencializam os conhecimentos a partir da interpretação que os alunos têm do seu meio.

O objetivo é recuperar a tradição pedagógica de valorização do campo como princípio educativo, elaborando um projeto que valorize as experiências e estudos direcionados para o desenvolvimento social, economicamente justo e ecologicamente corretos. A coordenadora do Bios Rural, Adriana Jaeger, explica como o projeto está beneficiando alunos e professores.

- Pensamos num projeto que abrangesse todas as problemáticas que temos no campo, como os problemas do lixo, do saneamento básico. Nós formamos grupos de estudos, os professores se comprometeram a mudar a metodologia. E o Bios Rural contribuiu para fortalecer a escola do campo - explica.

O projeto tem o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag). A coordenadora de Saúde e Educação da Fetag, Lérida Pavanello, acredita que propostas como estas ajudam a valorizar o ofício do trabalhador no campo.

- Estes projetos valorizam o filho e a filha do trabalhador e trabalhadora rural que permanecem no campo, que se dedicam à produção de alimentos. Além disso, fazem com que os agricultores se motivem e se sintam valorizados - afirma Lérida.

Na escola Menino Jesus, os alunos aprenderam a trabalhar com a horta e ajudam a recolher o lixo da comunidade. Além disso, juntam dinheiro para a construção de uma pracinha.

- A gente ajuda a comunidade a juntar o lixo e separar. Assim a gente conscientiza a nossa comunidade para separar o lixo para poder vender e conseguir nossa pracinha - diz a aluna do quarto ano do ensino fundamental, Ana Raquel Klein, de 10 anos.

- Toda quinta-feira a gente tem a horta. E também estamos recolhendo o lixo e estamos vendendo. Já conseguimos mais de R$ 400 para conseguir a pracinha e esse ano a gente vai concluir ela - comemora o aluno do terceiro ano, Anderson Felipe Fischer, também de 10 anos.

Os alunos realizam trabalhos como o plantio de mudas, resgate de brinquedos e brincadeiras antigas, utilizando material reciclável e mostra de trabalhos escolares. As crianças têm oportunidade de apresentar os resultados das suas pesquisas em sala de aula, com a construção e interpretação de texto, através de fantoches confeccionados pelos alunos. Adriana acredita que os resultados estão sendo visíveis na prática.

- Eu chego na escola e vejo alunos felizes, mostrando os trabalhos, apresentando os trabalhos e os resultados. A gente tem a oportunidade de ver que os professores fazem a diferença na escola - ressalta a coordenadora do Bios Rural.

O resultado que fica é o carinho e a aprovação dos alunos do trabalho dos professores, como Ana e Anderson aprovam a professora Luciana.

- Tenho certeza que todo mundo na escola adora a professora Luciana - fala Ana. - Ela é bem legal - completa Anderson.

- É tão bom quando um pai chega e conta que o filho chega em casa e contagia pai, mãe, avô e avó. Vemos o brilho nos olhos das crianças e a gente vê que o nosso trabalho está fazendo a diferença. Isso não tem dinheiro que pague. É o brilho daquela criança que está interessada e motivada para fazer o bem para a comunidade - retribui a professora.

Assim como Luciana, milhares de professores pelo Brasil afora se dedicam a lecionar para alunos de comunidades rurais. Mais do que uma lição em letras e números, fica uma lição de vida a todas estas crianças.

RÁDIO RURAL
Divulgação / 

Ana e Anderson aprovam a professora Luciana, ao lado de Adriana Jaeger
Foto:  Divulgação


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