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 | 09/10/2009 19h13min

Produtores de milho do Paraná ainda não receberam dinheiro dos leilões

São pelo menos R$ 140 milhões que os agricultores esperavam para pagar dívidas

Atualizada às 20h32min Kátia Baggio | Londrina (PR)

Produtores de milho do Paraná que venderam parte da produção nos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em março ainda não receberam o dinheiro. O repasse deveria ter sido feito pelo governo federal às cooperativas no dia 30 de setembro mas o recurso não chegou. São pelo menos R$ 140 milhões que os produtores esperavam para pagar dívidas.

O produtor Wilson Pan plantou 45 hectares com milho em Londrina (PR) no inverno passado. Em março vendeu 1,2 mil sacas em um dos leilões da Conab através da cooperativa em que é associado. Na época, o valor estava um pouco melhor do que o mercado e ele acreditou que agora teria R$ 18 mil garantidos para pagar compromissos:

– Quando nós fizemos o contrato, ele tinha um valor atrativo, R$ 18,84 bruto era um valor atrativo. Não é o valor líquido que o agricultor recebe, recebemos entre R$ 16,00 e R$ 16,50 líquido. Mesmo assim, este preço é um excelente preço se nós considerarmos o valor do milho de hoje. A saca com preço líquido para o agricultor, estaria em torno de R$ 14,00. Então nós estaríamos recebendo entre R$ 2,00 e R$ 2,50 a mais por saca. O agricultor que fez a opção de venda através desses contratos fez uma boa opção. Agora é preciso entender que nós estávamos esperando que esse pagamento fosse feito até o dia 30 de setembro porque nós temos os nossos compromissos. Eu tenho dívidas vencidas junto à cooperativa e ela está me cobrando.

A Ocepar, que reúne a maioria das cooperativas do Paraná, informou que os produtores venderam 470 mil toneladas de milho através dos contratos de opção da Conab. São R$ 140 milhões que seriam repassados aos agricultores, mas o dinheiro não chegou.

Segundo a Ocepar, o produto já está contabilizado em nome da Conab. São seis mil produtores esperando o dinheiro. Das 270 mil toneladas colhidas, a Cooperativa Integrada de Londrina comercializou 60 mil toneladas de milho nesta modalidade de leilão. Os R$ 18 milhões que não chegaram aumentam a frustração dos produtores, que perderam com a estiagem do verão passado e com o excesso de chuvas deste inverno.

– Nós tivemos vários problemas climáticos e isso com certeza afeta o orçamento deles. Esse recurso que eles estavam aguardando para 30 de setembro realmente é um recurso que poderia minimizar a própria situação deles e não tendo o recurso e nem sabendo quando poderá chegar é muito preocupante. Nesse sentido o cooperado vem nos procurar e vem nos perguntar quando é que vai sair realmente esse recurso – afirma o presidente da Cooperativa Integrada, Carlos Murate.

Segundo a Assessoria de Imprensa do Ministério da Agricultura, o contrato de opção é para ser pago nos meses de setembro, outubro e novembro. O governo está pagando partes de setembro e já vem se preparando para os compromissos de outubro. O Ministério da Agricultura tranqüiliza que todos os agricultores receberão as parcelas dentro do prazo.

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