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 | 30/09/2009 19h01min

Produtores de soja aguardam primeira chuva para iniciar plantio em MS

Sentimento geral é de manutenção da área plantada na temporada passada

O plantio da soja terá início em outubro em Mato Grosso do Sul, quinto maior produtor do Brasil. Em algumas regiões, os produtores abrem o período aguardando apenas a primeira chuva para dar início aos trabalhos. O sentimento geral é de manutenção da área plantada na temporada passada. De um lado, há certa preocupação dos produtores com a perspectiva de preços mais baixos. Em contrapartida, os custos diminuíram e devem resultar em maiores investimentos em tecnologia.

Na região de São Gabriel do Oeste, no norte do estado, o plantio deve iniciar assim que voltar a chover.

– A área deve ser a mesma do ano passado. Aqui é difícil abrir novas áreas – explica o engenheiro agrônomo Marco Aurélio Pereira Leal, da empresa de consultoria agronômica Agrotécnica, de atuação local.

Leal identifica um produtor pouco motivado, principalmente devido à perspectiva de preços menores.

– O produtor está com um certo receio. Mas de qualquer forma já está com todos os insumos comprados, pronto para abrir a safra – informa, lembrando que os custos com insumos, principalmente adubo, diminuiu bastante.

– Mas a maior parte dos produtores compraram estes insumos antes da queda substancial dos preços e reclama muito disso – completa.

Em relação ao clima, não há motivo para reclamações.

– Choveu acima do normal entre agosto e setembro e deve chover bem a partir da segunda semana de outubro. Em princípio, as condições são favoráveis.

O agrônomo aposta em manutenção no uso de tecnologia na região e destaca a maior adesão dos produtores à agricultura de precisão.

– Com isso, teremos menor uso de adubo, mas mais utilização de calcário e gesso, como forma de correção do solo.

Produtor está preparado para enfrentar ferrugem

A ferrugem asiática já não é um fantasma na região. Até o momento apenas um foco foi identificado, em Ponta Porã, mas sem alcance comercial.

– A ferrugem começa a ser preocupação entre os meses de novembro e dezembro, mas o pessoal está bem preparado. A exemplo do que ocorreu no ano passado, ninguém deverá deixar de fazer as aplicações preventivas, tanto para a ferrugem como para outras doenças – assegura Leal.

Mas se o produtor está preparado para a ferrugem, a questão do crédito continua gerando dor de cabeça.

– O crédito vai minguando a cada ano. Está cada vez mais complicado. Mesmo quem está quitado com o governo, sofre com o alto grau de exigências.

Apesar das variedades transgênicas apresentarem muita variação em termos de rendimento nos últimos anos, 90% das lavouras deverá ser de soja GM.

– Boa parte do pessoal que tentou a soja convencional no ano passado está voltando a cultivar transgênico. O trabalho é bem menor – afirma o agrônomo.

No ano passado, a área plantada na região ficou em 130 mil hectares, número que deve ser repetido na atual temporada. Devido aos problemas climáticos - seca entre janeiro e fevereiro e excesso de chuvas em março, abril e maio -, a produtividade média ficou um pouco abaixo da média, finalizando em 2,7 mil quilos por hectare.

Plantio começa dia 15 em Dourados

Na região de Dourados, no sul do Estado, o plantio deverá ter início apenas no dia 15 de outubro. O quadro é bastante semelhante ao da região Norte: a área plantada deverá repetir o ano passado e a perspectiva de mercado não estimula o produtor.

– Muita gente trabalha com preços recuando para a casa de R$ 30,00/32,00 a saca – lamenta fonte local.

Atualmente, o preço está em R$ 45,00.

Amenizando a desmotivação pelo fator preço, a fonte cita a consistente queda nos custos de produção e a previsão de clima favorável.

– Já não chove há 15 dias, mas o volume de precipitações foi generoso entre agosto e setembro. Não há motivo para preocupação – garante.

Mesmo com rendimento inferior às variedades convencionais, a área com transgênicos deverá ocupara entre 80% e 90% das lavouras. No ano passado, a região plantou 130 mil hectares e o rendimento médio também girou em 2,7 mil quilos por hectare.

AGÊNCIA SAFRAS
 
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