O setor de supermercados no Brasil espera vender mais do que o previsto este ano. A estimativa de crescimento foi revisada de 4,5% para 5% em 2009. Um dos motivos é o aumento nas vendas de produtos para o período das festas de fim de ano. Os dados foram divulgados nesta terça, dia 29, em São Paulo pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Produtos típicos de festas de fim de ano , como bacalhau do porto, azeites italianos, frutas secas e vinho, já estão nas prateleiras da maioria dos supermercados. Neste ano, a ceia de Natal do brasileiro deve ser mais farta e mais barata. O principal motivo é a desvalorização do dólar. Em função disso, os tradicionais produtos importados estão com preços menores e a Abras espera boas vendas para o fim do ano.

– Esse ano, todos os indicadores são positivos, temos um real mais valorizado, nós temos mais produtos importados em oferta, nós temos um consumidor mais otimista. Nós temos uma oferta de crédito que vai superar o que já tínhamos antes da crise. Todos esses indicadores levam a Abras a ter uma previsão muito otimista para o final do ano – afirma o presidente da entidade Sussumu Honda.

Um otimismo que também reflete os bons resultados registrados até agora. De janeiro a agosto, as vendas nos supermercados cresceram mais de 5%, quando comparadas ao mesmo período em 2008. Só em agosto, o aumento superou em 4% o resultado do mês no ano passado. De acordo com a Abras, a renda mais alta e o maior poder de compra do trabalhador explicam o resultado. Para o setor de supermercados, os brasileiros estão mais otimistas em relação à economia e isso também ajuda a manter o bom ritmo das vendas.

– A nossa previsão já refeita leva a 4,5%. Mas o que captamos a partir de junho, agosto, mostra que estamos com números bons. Setembro vem apresentando números positivos também. Acredito que a partir do fechamento de setembro podemos estar fazendo uma revisão extraordinária e elevar a previsão para 5% – acrescenta Honda.

No mês passado, o Indicador Abras Mercado, cesta com 35 produtos de grande consumo, caiu quase 3% em relação ao mês anterior. Foi a maior queda em uma comparação mensal nos últimos dois anos e significa que os itens básicos estão mais baratos. O produto que liderou essa baixa foi o leite longa vida, com queda de 11%.