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 | 29/09/2009 19h42min

Termina nesta quarta o vazio sanitário da soja em alguns Estados

Mesmo embalados pela queda nos custos de produção, agricultores do MS estão cautelosos com a safra que começa a ser cultivada

Atualizada em 29/09/2009 às 20h25min

O último dia do vazio sanitário da soja em Tocantins, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal é nesta quarta, dia 30. Em MS, os agricultores aguardam a autorização para o início do plantio com dois sentimentos diferentes. Eles estão animados com a queda de mais de 20% nos custos de produção, mas cautelosos com as projeções de baixa nos preços do grão, o que pode comprometer as chances de uma boa rentabilidade na safra 2009/2010.

Enquanto aguarda o sinal verde para o início do plantio, o agricultor César Augusto Roos faz os cálculos para a próxima safra. Ele vai plantar 1,8 mil hectares de soja, 300 a mais do que no ano passado.

Além de aumentar a área, Roos irá investir mais em adubação, o que deve ampliar o potencial produtivo da lavoura. O investimento foi possível graças à redução dos custos de produção em relação à última safra, cerca de R$ 200 a menos por hectare. Porém, mesmo diante de gastos menores, o agricultor está cauteloso.

— Quem fizer uma projeção dos custos em comparação com o volume necessário de soja para cobrir os gastos perceberá que os custos reais ficaram até mais caros, já que os preços projetados para o momento da colheita não são bons — diz o agricultor.

O plantio de um hectare de soja convencional em Mato Grosso do Sul deve custar em média R$ 1224, segundo a Embrapa Agropecuária Oeste, 24,7% a menos do que na safra passada.

Já quem optar pela semente transgênica, que é um pouco mais cara e ainda exige um desembolso de aproximadamente R$ 0,30 por quilo referente à taxa tecnológica, deve gastar em média R$ 1282 por hectare. A despesa representa uma diminuição de mais de 23,7 nos custos. Esta economia é conseqüência da desvalorização de alguns insumos - como os fertilizantes, além das quedas no preço do petróleo e na cotação do dólar.

Diante de uma despesa menor, a preocupação dos agricultores se transfere para o momento da venda do grão. As perspectivas de boas colheitas nos Estados Unidos, na Argentina e aqui no Brasil podem pressionar os preços nos próximos meses. Por isso, alguns produtores fizeram uma comparação entre os baixos custos e os atuais valores oferecidos e decidiram apostar na comercialização antecipada. Estima-se que pelo menos 10% da produção projetada para Mato Grosso do Sul já esteja comprometida.

O número é maior do que o registrado na safra passada, quando no início do plantio cerca de 8% da produção tinham sido vendidos. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), a venda antecipada pode ser uma boa estratégia.

— O produtor também pode escalonar a venda, já que isso pode evitar que ele fique "refém" de momentos de oscilações de preços. Também é preciso ter cautela nesta safra. Não é o momento certo para investir muito, já que o setor vem de safras onerosas — explica o assessor técnico da Famasul, Lucas Galvan.

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