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 | 25/09/2009 18h42min

Encontro de credores do frigorífico Independência deve definir negociações com o grupo

Produtores de Mato Grosso do Sul querem que o valor pago à vista pela empresa seja quase 90% maior do que o proposto

Atualizada às 20h07min Luiz Patroni | Campo Grande (MS)

O valor estimado da dívida do grupo Independência com os pecuaristas em todo o país é de R$ 172 milhões. São mais de 1,5 mil produtores que aguardam uma definição sobre o futuro da empresa e, principalmente, uma conclusão a respeito do pagamento deste valor. Só em Mato Grosso do Sul, os 300 pecuaristas credores do Independência têm mais de R$ 40 milhões para receber.

Desde que esta crise veio à tona os pecuaristas tentam se organizar para adotar uma postura única, a fim de ganhar mais força nas negociações e evitar maiores prejuízos. Em busca disso, a Famasul realizou reuniões com estes produtores e definiu alguns pontos que serão defendidos durante a Assembléia Geral dos Credores do grupo, marcada para a próxima segunda, dia 28, em Cajamar, no interior de São Paulo.

Uma destas estratégias corresponde ao valor que poderá ser pago à vista. De acordo com o Departamento de Economia da Famasul, a proposta apresentada no plano de recuperação judicial do Independência sinaliza o pagamento de até R$ 80mil à vista para cada produtor e o restante do débito dividido em três anos. A condição não deve ser aceita pelos pecuaristas.

— Os pecuaristas de Mato Grosso do Sul, e possivelmente os de Goiás e Mato Grosso devem adotar a mesma postura: pedir o pagamento total à vista. Porém, como sabem que isso deve ser negado, apresentarão outra proposta: receber R$ 150 mil à vista e o restante em 36x. Tudo isso com prazos e datas determinadas — explica a assessora econômica da Famasul, Adriana Mascarenhas.

Pecuarista e presidente do Movimento Nacional dos Produtores (MNP), João Bosco Leal não tem dívidas a receber do grupo. Mesmo assim defende a ação coletiva dos produtores e a luta pelos mesmos interesses neste caso. Ele acredita que esta postura deverá mostrar a força da classe produtora.

— Os produtores não podem mais se submeter às condições impostas por uma ou outra empresa — comenta Leal.

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