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 | 01/09/2009 16h43min

Evento analisa mudanças no mercado com novo percentual de biodiesel no diesel

B5, que prevê 5% de mistura no combustível a partir de janeiro, deve ampliar investimentos na indústria

Atualizada às 21h10min Sebastião Garcia | São Paulo (SP)

A partir de janeiro de ano que vem, deve entrar em vigor a obrigatoriedade de um novo percentual de mistura do biodiesel ao diesel comum. O chamado B5, que prevê 5% de mistura no combustível, deve ampliar os investimentos na indústria e consolidar o programa nacional de biodiesel, com maior participação também dos produtores rurais. As perspectivas com as mudanças no mercado estão sendo analisadas esta semana em São Paulo, no Congresso Internacional de Biodiesel.

Quanto mais aumenta a capacidade de produção de biodiesel no Brasil, maiores são os desafios. Como atender a demanda deste mercado crescente, principalmente pela ampliação da mistura do produto ao diesel? Qual a capacidade de produção no campo. A capacidade da indústria também? Segundo o diretor-presidente da Brasil Ecodiesel, a companhia que mais produz biodiesel no país, Mauro Cerchiari, a capacidade é total.

— A indústria ainda tem uma sobrecapacidade e ainda convive com o problema de excesso de capacidade. Porém, na medida em que o governo vem aumentando estes índices de utilização do biodiesel no diesel mineral, vem obviamente ajudando o setor a se melhor posicionar — disse Cerchiari.

Hoje, o Brasil utiliza 4% da mistura de biodiesel ao diesel comum. A previsão de aumento do percentual para 5% era para o início de 2013. A antecipação para 2010 agrada o setor. Entretanto, lembra o diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, não basta oferta.

— Na questão do percentual da mistura superior a 5%, há todo um trabalho que tem que ser feito pela indústria automotiva. No Brasil, já se tem feito testes com percentual de 20% a 50% na indústria automobilística normal. A indústria de implementos agrícolas tem equipamentos, tratores com B50 até B100. Então, eu acredito que o mais saudável seria buscar nichos de mercado onde a gente consiga atender o percentual da indústria de mistura de forma localizada a alguns mercados específicos — observou Dornelles.

A ampliação da produção, como previa o Programa Nacional de Biodiesel há alguns anos, também está sendo discutida no congresso em São Paulo. Aliás, é o ponto de partida, dizem os especialistas, para o sucesso do mercado de biodiesel. Pelo cunho social, o coordenador de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Denílson Ferreira, diz que o programa já atingiu seu propósito: se não exatamente para o que se previa, pelo menos para outros mercados.

— O fato de você criar um mercado para a oleaginosa de um modo geral, faz com que haja, por consequência indireta, uma valorização destas oleaginosas no mercado em função da criação deste mercado demandante, abrindo possibilidades e oportunidades para os agricultores de um modo geral — explicou Ferreira.

No fim de agosto, o governo realizou um leilão onde foram ofertados 685 milhões de litros e biodiesel. No total, foram adquiridos 460 milhões de litros, o que garante o abastecimento até o final deste ano. A expectativa do mercado é de que com a antecipação do B5 para janeiro um novo leilão seja realizado já no mês de outubro.

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