| 31/08/2009 18h03min
O arroz brasileiro está ganhando mercado no exterior. Em 2008 o país exportou apenas 10% do que produziu e a África foi o principal destino. Mas graças à iniciativa de alguns produtores, o produto conquista novos e promissores mercados como o Oriente Médio.
O Fórum Arroz da Lavoura ao Navio, organizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz em parceria com o Canal Rural, reuniu especialistas do setor, nesta segunda, dia 31, na Expointer. Luciano Scoccimarro, diretor para América Latina de negócios de arroz da empresa Dreyfus, disse que o Brasil já mostrou que tem potencial para exportar arroz de primeira qualidade. O Rio Grande do Sul, principal produtor do grão no país, começou exportando quebrado de arroz – um resíduo da indústria – para o continente africano e agora passou a exportar o produto beneficiado, com destaque para o tipo parbolizado. Em 2008 as exportações brasileiras de arroz ficaram em 790 mil toneladas e, segundo Scoccimarro, podem aumentar em até 1,5 milhão de toneladas nos próximos cinco anos.
O diretor da Dreyfus destacou que o país tem alguns desafios para se consolidar no mercado. É preciso aumentar a produção e produzir o que o mercado quer. A infraestrutura exportadora tem que ser melhorada, tanto no aspecto logístico como administrativo. Outra questão levantada foi a necessidade de manter os grãos transgênicos longe das lavouras, porque esse produto é rejeitado no mercado internacional. Os Estados Unidos perderam uma boa fatia do mercado europeu por ter optado pelo cultivo do arroz geneticamente modificado.
O diretor comercial do Irga, Rubens Pinho Silveira, concordou com essa colocação, mas alegou que “o plantio de transgênicos é, economicamente, um tiro no pé, mas o Irga, como instituição de pesquisa, não pode ficar apenas observando, tem que pesquisar”. Para Silveira, se as restrições ao produto caírem, o país tem que estar preparado para um novo cenário.
Produtor pioneiro
O Fórum também contou com a presença de um produtor gaúcho que se tornou um pioneiro no mercado externo há pouco mais de um ano. Mário Petry, da cidade de Tapes, exporta atualmente 100% de sua produção por conta própria e sem uma estrutura industrial. Petry contou que resolveu exportar porque a produtividade tende a dobrar nos próximos anos e o mercado interno não dará conta de comprá-la. O agricultor visitou vários países do Oriente Médio para exibir a qualidade do produto e assim ganhou um consumidor que deve ser fidelizado.
– A exportação depende de duas coisas para ter sucesso, qualidade e fidelidade. A qualidade nós temos. As oportunidades estão chegando aos borbotões – disse Petry, que defende que é preciso manter a exportação, mesmo com o câmbio desfavorável e a margem de lucro baixa, porque só assim é possível consolidar o mercado.
Além do Oriente Médio, países como Rússia, Bielorússia e Costa Rica já compram o arroz da marca Mario’s Rice.
A iniciativa de Mário Petry é estimulada pelas trades. Scoccimarro afirmou que essas empresas estão dispostas a prestar a assessoria necessária para o produtor que quiser entrar no mercado internacional.
CANAL RURAL
Da esquerda para a direita: Luciano Scoccimarro, o apresentador Irineu Guarnier Filho, Rubens Pinho Silveira e Mário Petry
Foto:
Marcelo Mourão
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