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 | 30/08/2009 16h31min

Minc defende que parcela de royalties do pré-sal seja investida em meio ambiente

Ministro defende tratamento diferenciado para Estados produtores de petróleo na partilha dos royalties

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu neste domingo, dia 30, no Rio de Janeiro, que uma parcela dos royalties provenientes da exploração de petróleo na camada pré-sal seja aplicada em questões ambientais. Segundo ele, parte dos recursos precisa ser investida, por exemplo, no processo conhecido como captura e estocagem do carbono (Carbon Capture and Storage – CCS, na sigla em inglês).

– Para se ter uma ideia, os poços de pré-sal emitem, em média, de três a quatro vezes mais gás carbônico do que os poços do pós-sal, ou seja, os poços atuais. Isso não significa que a gente não possa e não deva utilizar esses recursos, mas é preciso investir no armazenamento do carbono lá embaixo, na terra. É preciso usar uma parcela dos recursos para prevenir que essa riqueza não vá explodir nossas emissões de carbono, afetando nossas metas de mudanças climáticas – disse Minc, que participou neste domingo, dia 30, no Rio de Janeiro, da assinatura de um convênio entre o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico da cidade e a mineradora Vale, prevendo investimentos para a preservação da área de visitação do parque.

O ministro lembrou que pesquisas nesse sentido vêm sendo desenvolvidas em diversos países há pelo menos dez anos e que a Petrobrás, em parceria com universidades brasileiras, também vêm estudando o processo há cerca de oito anos. Minc voltou a defender tratamento diferenciado para os Estados produtores de petróleo na partilha dos royalties, em função do risco que correm no caso de acidentes ambientais.

– O governo [federal] tem legitimidade para querer que esses recursos extraordinários sejam usados de forma estratégica para o país como um todo, para reduzir desigualdades, investir na educação e na ciência e tecnologia, mas acho que tem que ter tratamento diferenciado entre os estados, garantindo uma parcela mais forte para os produtores. Afinal, são eles que arcam com os custos de possíveis acidentes. Mesmo com toda a tecnologia de prevenção, eles não são totalmente descartados. Se houver derramamento, não vai acontecer em Rondônia, mas na Baía de Guanabara, na Bacia de Campos, de Macaé ou em alguma área do Espírito Santo – argumentou.

Carlos Minc destacou mais uma vez que os recursos provenientes dos royalties do petróleo, no Rio de Janeiro, contribuíram para obras de recuperação da Baía de Guanabara e da Lagoa de Jacarepaguá.

Os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, passaram a manhã deste domingo reunidos para acertar os últimos detalhes do marco regulatório, que será lançado na segunda, dia 31, pelo presidente Lula.

AGÊNCIA BRASIL
 
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