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 | 27/08/2009 16h36min

Campanha Global de Ações pelas Mudanças Climáticas é lançada em São Paulo

Será estabelecida uma plataforma mínima de seis medidas concretas que o Brasil deve defender na Conferência do Clima da ONU

Atualizada às 20h33min Renata Maron | São Paulo (SP)

Entidades, organizações não governamentais (ONGs) e lideranças pressionam o governo para que o Brasil assuma uma posição mais firme na 15ª Conferência do Clima da ONU, que vai ser realizada em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca. Por isso, foi lançada nesta quinta, dia 27, em São Paulo, a Campanha Global de Ações pelas Mudanças Climáticas.

A campanha estabelece uma plataforma mínima de seis medidas concretas que o Brasil deve defender na conferência. Uma delas interfere diretamente no agronegócio: é a criação de mecanismos que recompensem financeiramente a preservação das florestas.

— O princípio de quem mantém a floresta em pé e deve receber alguma coisa por isso é um princípio muito racional. E o problema surge nos detalhes como sempre. A gente percebe que às vezes falta ousadia. Vamos fazer, se não estiver exatamente correto, a gente conserta. O que não pode é ficar parado — disse o coordenador executivo da campanha, Aron Belinky.

Kátia Matia é coordenadora de uma ONG internacional que também atua no Brasil. Ela defende que as regras desse mecanismo compensatório sejam bem definidas para que privilegiem também os pequenos produtores.

— A preocupação que nós temos com os mecanismos de mercado é que a tendência dos mecanismos de mercado é privilegiar sempre aqueles que têm mais condições de acessar os mecanismos, que são os grandes proprietários, os grandes produtores. A idéia é que realmente, caso o mecanismo seja criado, ele tenha como prioridade privilegiar os povos da floresta e os pequenos produtores — explicou Kátia.

Os outros pontos que a campanha defende são: a garantia de que o aquecimento global fique bem abaixo dos dois graus daqui para frente, que os países desenvolvidos reduzam as emissões em pelo menos 45% até 2020 em comparação aos níveis da década de 90. Por outro lado, que os países em desenvolvimento apresentem metas de redução mensuráveis e também recebam aportes financeiros. E por fim, que todas essas questões ajudem a promover a sustentabilidade.

No Brasil a campanha foi batizada de “tic tac”, justamente para mostrar que não falta muito tempo para a conferência e que é preciso pressionar o governo e a sociedade para que mudanças sejam feitas agora e garantam o futuro do planeta. Os integrantes da campanha já encaminharam a proposta com as medidas concretas ao Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.

— A campanha também está coletando assinaturas gigantescas, com abaixo-assinado disponível na internet com os seis pontos básicos. Queremos levar uma primeira leva com milhares, milhões de assinaturas antes da sua participação na Assembléia Geral da ONU, em meados de setembro. Estamos disseminando essa plataforma para que outras organizações possam colocar na sua pauta, na sua agenda de reivindicações e ações — comentou o coordenador-geral da campanha, Carlos Wilson de Andrade.

De acordo com os diretores da campanha, ano a ano, o Brasil tem tido uma participação crescente nas conferências.

— O país tem condições de assumir uma liderança muito grande. O que ele não pode é ter duas caras, falar de um jeito lá fora e agir de outro — completou Belinky.

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