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 | 23/08/2009 20h35min

Presidente do BID prevê desemprego de 9,5% para a América Latina

Executivo observou que a crise afetou as exportações regionais, e isto se refletirá no volume de remessas recebidas neste ano

A taxa de desemprego na América Latina poderá chegar a 9,5% em 2009, previu o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o ex-diplomata colombiano Luis Alberto Moreno, em entrevista publicada neste domingo, dia 23, pelo jornal "El Tiempo", de Bogotá.

— A taxa é melhor do que a prevista para os Estados Unidos ou a que a Espanha tem. O problema é que, como há poucos sistemas que amorteçam o impacto de quando uma pessoa perde seu trabalho, isso afeta os índices de pobreza, que tinham caído muito — afirmou Moreno, para quem o tema do emprego é uma preocupação mundial.

Apesar disso, Moreno ressaltou que o efeito da crise econômica mundial na região não foi tão grande quanto era esperado. De acordo com ele, as fontes de crédito internacional não foram fechadas para a América Latina, as taxas de juros subiram menos do que no Leste Europeu, os sistemas financeiros locais não enfrentaram problemas como os da América do Norte ou da Europa e os preços de suas matérias-primas sobem desde março.

No entanto, o chefe do BID observou que a crise afetou as exportações regionais, e isto se refletirá no volume de remessas recebidas neste ano, que cairão 11%, para US$ 62 bilhões, enquanto os consumidores são mais cautelosos e os países fortes em turismo recebem menos visitantes.

Moreno disse ao "El Tiempo" que, no entanto, pode destacar "o êxito de certos programas, como ocorreu no Brasil com a venda de veículos, no Chile com a construção de obras públicas e na Colômbia com as ajudas para as camadas média e baixa no mercado imobiliário".

— É também notável que nenhum país tenha se visto obrigado a fazer cortes no orçamento, como foi a regra em crises passadas, ao contrário, a maioria pôde fazer políticas contracíclicas, com maior gasto público — apontou o executivo.

O presidente do BID reiterou que é "quase certo" que a maioria dos países latino-americanos apresente neste ano números negativos de crescimento econômico.

— Mas a média vai estar entre -1% e 0%, o que não é mau quando se compara com outras zonas do planeta — ressaltou Moreno, que previu que a região recuperará a tendência de crescimento positivo em 2010.

AGÊNCIA EFE
 
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