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 | 23/08/2009 17h59min

Audiência pública debaterá morte de sem-terra em fazenda

Deputado Dionilso Marcon agendou o encontro para o dia 9 de setembro

A morte de um sem-terra durante ação da Brigada Militar (BM) na Fazenda Southall, ocorrida na última sexta, da 21, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, será debatida em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado. O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Dionilso Marcon, agendou o encontro para o dia 9 de setembro.

Cerca de 232 policiais militares participaram da reintegração de posse do terreno de cerca de seis mil hectares que havia sido ocupado no último dia 12. Do outro lado, estavam cerca de 270 sem-terra — metade deles composta por mulheres e crianças — que estavam em barracas no pedaço de terra invadido.

Lisiane Villagrande, promotora de São Gabriel desde 2002, acompanhou a ação da Brigada Militar na desocupação do acampamento desde as 5h de sexta. Ela afirmou em entrevista a um programa de rádio que o momento da desocupação era aguardado desde a semana passada e defendeu a ação da BM, além de relatar o que viu.

— Eles foram extremamente profissionais. Em momento nenhum eu senti alguma tensão ou nervosismo por parte dos policias militares que executavam a ação. Foi tudo muito rápido — disse Lisiane.

Segundo Lisiane, uma retroescavadeira tentaria desmanchar uma "barricada" feita com galhos e arame farpado:

— A retroescavadeira estava tentando abrir uma entrada (pela frente, à direita). Ao mesmo tempo, como estavam todos direcionados à ação da retroescavadeira, por trás, à esquerda, entrava o trator. Num determinado momento, eu vi os integrantes do movimento que estavam ali olhando para a retroescavadeira correrem para o lado em que estava o trator.

Lisiane acredita que, nesse momento, o trator abria passagem para a BM entrar no acampamento e os integrantes do MST correram para tentar impedir a entrada do trator. Questionada sobre ter ouvido som de tiros, a promotora afirmou:

— Não tenho como identificar se foram tiros ou não. A gente estava no meio da situação, foi tudo muito rápido e eles também atiraram bombas de efeito moral, de som e de gás lacrimogêneo.

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